“Surpreso”, presidente do BC reclama da perspectiva de pleno emprego

“Para o presidente do BC, a perspectiva de pleno emprego é uma ameaça à sua missão de sabotar o crescimento do Brasil. É escandaloso que isto tenha sido notícia justamente no Dia do Trabalhador”, advertiu a presidenta Gleisi

Marcelo Camargo/Agência Brasil - Site do PT

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, expressou “surpresa” com o cenário de pleno emprego no país, em entrevista ao Canal CNN. Para o presidente do BC, indicado por Bolsonaro, o fato acende um alerta sobre pressão inflacionária. Os números positivos sobre o mercado de trabalo divulgados nesta semana incomodaram Campos Neto.

“Lá vem o bolsonarista Campos Neto ameaçando o país de novo com sua grande obra: a maior taxa de juros do planeta”, alertou a presidenta do PT, Gleisi Hoffman. Segundo ela, “depois de incentivar a especulação por causa da revisão da meta fiscal, agora ele reclama que o desemprego ficou menor do que o mercado gostaria”.

“Para o presidente do BC, a perspectiva de pleno emprego é uma ameaça a sua missão de sabotar o crescimento do Brasil. É escandaloso que isto tenha sido notícia justamente no Dia do Trabalhador”, reasaltou a presidenta do PT.

Contrariando a expectativa de Campos Neto, a taxa de desemprego do Brasil ficou em 7,9% no trimestre até março de 2024, a menor já registrada para um trimestre encerrado em março desde 2014, quando foi de 7,2%. Houve ainda queda na comparação com igual período do ano passado, que registrou índice de 8,8%. Os dados foram divulgados pela PNAD Contínua divulgada pelo IBGE.

O Caged, por sua vez, mostrou um saldo de 244,3 mil novas vagas com carteira assinada em março, também acima da expectativa dos analistas de 188 mil novos postos. A taxa de desemprego ficou abaixo da estimativa do mercado, que esperava um índice de 8,1% para o período. Os número mostram que, apesar das altas de juros, a produção resistiu à especulação financeira sustentada pelo BC.

Em abril, de outro lado, o nível de confiança do comércio avançou  5,1 pontos, atingindo 95,5 pontos,segundo o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE). O avanço da confiança no comércio foi impulsionado por uma melhora generalizada, com cinco dos seis principais segmentos apresentando crescimento no mês.

Da Redação

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