Guedes quer acabar com o Bolsa Família e ampliar arrocho salarial
Desaparecido, o ministro da Economia ressurgiu nesta terça-feira sinalizando o fim do Bolsa Família e a retomada do programa “Verde Amarelo” de precarização das relações de trabalho.
Desaparecido, o ministro da Economia ressurgiu nesta terça-feira sinalizando o fim do Bolsa Família e a retomada do programa “Verde Amarelo” de precarização das relações de trabalho.
As mortes chegam a 30 mil, a maioria das micro e pequenas empresas seguem sem ter acesso ao crédito emergencial e o desemprego só cresce no país. Diante disso, governo publica nova Medida Provisória para financiar folha de pagamento de grandes empresas, afrouxando a obrigatoriedade de não demitir empregados. Definitivamente, Guedes quer promover o massacre da classe trabalhadora brasileira
Ministro da Economia admite agora que economia brasileira não vinha bem. “A impressão que eu tinha era que tínhamos começado a andar”, afirma, mas não descartou que atividade vinha em estado “meio anêmico”. Brasil perdeu 4,9 milhões de empregos na pandemia
Em ação popular, Gleisi, Enio e Rogério – líderes na Câmara e no Senado – pedem que o governo seja obrigado a apresentar estatísticas do mercado de trabalho no país. IBGE divulga resultado do PNAD: 12,8 milhões de desempregados no Brasil
Executivo do banco Crédit-Suisse diz que a instabilidade política e o fraco PIB do país em 2020 tornam o Brasil pouco atraente para investimentos externos. Enquanto o desemprego dispara, o governo compara situação com os EUA. “O copo está meio cheio”, diz secretário do Ministério da Economia, sem mencionar o “apagão de dados” do mercado de trabalho
No primeiro trimestre, quando medidas de isolamento social ainda não haviam sido tomadas, o país chegou a um número recorde de lares sem renda do trabalho. Fundação Getúlio Vargas prevê que desemprego chegará a um nível só visto nos anos 1980
O que já estava mal, o governo federal quer deixar ainda pior. Guedes quer permitir que as empresas tomem empréstimos, durante a pandemia, para pagar os salários somente de parte dos seus funcionários. A regra original do Benefício Extraordinário Mensal (BEM) exige o compromisso com 100% da folha salarial.
Quatro anos depois do Golpe, promessas de retomada e desenvolvimento ficam distantes. Cartilha conservadora levou à derrocada do país, que vive a maior contração econômica desde o século 20
“A resposta desdenhosa do presidente Bolsonaro à doença vai custar caro ao Brasil, tanto em termos de vidas como de renda. Com uma liderança apropriada, o Brasil claramente teria a capacidade de salvaguardar a saúde das pessoas, mas agora é uma área de alta incidência na América Latina. Isso não protege a economia – pelo contrário”, alerta o ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Maurice Obstfeld
A realidade se impõe sobre a política equivocada do ministro da Economia, e os sinais de desaceleração econômica e aumento da desigualdade acima do esperado o colocam sob pressão
Pesquisadores do Instituto de Economia da UFRJ projetam a perda de 14,7 milhões de postos de trabalho em cenário mais pessimista sobre os impactos da epidemia de coronavírus no Brasil. Para a economista Esther Dweck, “o mais absurdo é que, mesmo diante das evidências concretas, Guedes continua com o discurso medíocre de que as reformas liberais irão nos ‘salvar'”
Bolsonaro aproveita demissão de Mandetta para voltar insistir na perigosa tese de relaxar a quarentena para “salvar empregos”. “Podemos ter uma tragédia, com muitas pessoas morrendo, e é óbvio que isso vai afetar também a economia porque uma pessoa morta não trabalha”, rebate Gleisi
Desempenho do país em dezembro e indicadores anuais de 2019 mostram que Brasil já estava em desaceleração, antes da chegada do Covid-19. A previsão do FMI para a atividade econômica em 2020 é de queda de 5,3%, com o desemprego batendo em 14,7%. Ou seja, só piorou o que já estava ruim