Temer admite golpe mais uma vez e reitera interesses pessoais de Cunha
Principal beneficiado pelo impeachment, Temer afirmou que o então presidente da Câmara abriu o processo após deputados do PT votarem pela cassação dele
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Em mais uma entrevista, Michel Temer (MDB) admitiu o golpe arquitetado para derrubar a presidenta Dilma Rousseff. O ex-presidente ressaltou os interesses pessoais do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB). Em dezembro de 2015, a Bancada do PT votou pela continuidade do processo de cassação de Cunha no Conselho de Ética do Legislativo. No mesmo dia, como retaliação, o deputado acolheu o pedido de impeachment.
Principal beneficiado pelo golpe, Temer declarou à jornalista Andréia Sadi: “Penso que se o PT tivesse votado com ele naquela comissão, ele estava com boa vontade para eliminar o impedimento”. Cunha era investigado por esconder contas milionárias no exterior e teve seu mandato cassado em setembro de 2016, após o fim do processo de impeachment. Em outubro, por sua vez, o ex-parlamentar foi preso e condenado a 14 anos de prisão.
Reconhecimento do golpe
Em setembro, durante o programa Roda Viva, Temer admitiu o golpe: “Eu jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe”, sem se preocupar em usar o termo para descrever o processo de impeachment. Outra personagem importante, a deputada Janaína Paschoal (PSL-SP), também confessou a ilegitimidade do impeachment: “Alguém acha que Dilma caiu por um problema contábil?”, escreveu em sua conta no Twitter. Para Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT, fica cada vez mais evidente o crime contra a democracia:
Pela 2a vez, Temer reconheceu o golpe. Afirmou que o pedido de impeachment contra Dilma só foi aberto porque o PT não quis apoiar Eduardo Cunha no Conselho de Ética. Não houve crime de responsabilidade. Quem votou sim naquele pedido afrontou à democracia e o Estado de Direito.
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) November 27, 2019
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do G1