Temos um réu comandando uma farsa e um golpe, diz líder do PSOL

Para a bancada do PSOL, impeachment de Dilma é golpe institucional, injusto não só contra o governo, mas contra a população do país

Pesquisa revela que 83% dos internautas não querem que Temer assuma o governo

A bancada do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) subiu à tribuna da Câmara dos Deputados, nesta sexta-feira (15), para defender a presidenta Dilma Rousseff e se posicionar contra o golpe. O primeiro parlamentar a falar foi Ivan Valente (PSOL-SP). “O que existe de verdade é uma operação em curso, senhor presidente, senhores deputados, para substituir Dilma por Temer – o mesmo que assinou as pedaladas fiscais. Temer tem 60% de rejeição. Ninguém quer o Temer. Quem saiu para a rua para dizer ‘fora presidente Dilma’, não vai para rua para defender o Temer. “Esta é a grande farsa que está sendo montada pela grande mídia e pelos partidos de oposição que já estão distribuindo os ministérios”, afirmou.

“Temos um réu comandando uma farsa. E pior: ele está livre, leve e, principalmente, solto, comandando uma farsa. Todo debate que temos aqui é que a presidente da república precisa ser cassada por crime de responsabilidade. E a acusação é de pedalada fiscal (…) Isto que eles estão falando, que seria um descalabro econômico, foi praticado conjuntamente por esta casa”, argumentou o deputado, líder da bancada na Câmara.

Deputado Ivan Valente (Foto: Agência Câmara)

Deputado Ivan Valente (Foto: Ananda Borges/Câmara dos Deputados)

Para Valente, como não existe crime de responsabilidade, mas sim uma questão contábil, o que os defensores do impeachment querem é um álibi para tirar a presidenta Dilma Rousseff para os brasileiros pagarem pela crise econômica, promovendo reformas trabalhistas com objetivo de tirar direitos da classe trabalhadora. “O que está acontecendo aqui tem nome: ruptura institucional, golpe institucional”, concluiu.

Em seu perfil no Facebook, a assessoria do deputado Chico Alencar denunciou boicote aos deputados que se manifestaram contra o golpe. “Cunha manipula os mínimos detalhes: a TV Câmara fechou o ângulo no Ivan (orador, líder do PSOL) durante o minuto em que Chico segurou o cartaz”.

Reprodução: Facebook de Chico Alencar

Reprodução: Facebook de Chico Alencar

O segundo membro da bancada a falar foi Glauber Braga (PSOL – RJ). O deputado questionou a lógica do processo de impeachment, já que não existe crime de responsabilidade. “Agora, se não tem crime de responsabilidade, e os senhores e as senhoras sabem disso, o que estamos vivenciando aqui é um acordão, que quer levar o PMDB ao poder”, disse.

Braga denunciou as blindagens que protegem o vice-presidente, Michel Temer, que já foi citado em casos de corrupção e ainda não foi investigado, nem teve sua legitimidade questionada. “Inclusive (…) já apresentaram (um projeto) para o Brasil chamado Ponte para o Futuro. A ponte para o futuro é uma aceleração para o passado, que quer implementar seu projeto, independetemente do voto popular”.

Desta bancada, faltam ainda as intervenções da deputada Luiza Erundina e dos deputados Edmilson Rodrigues, Jean Wyllys e de Alencar.

Em seu site, o PSOL explica que “nosso voto será por convicção de que, da forma como está sendo conduzido o impeachment, ele se configura como um golpe institucional, injusto não só contra o governo, mas contra a população do país. O processo tem vícios de origem e pouca ou nenhuma consistência jurídica, além de significar um retrocesso político”.

Para ver a íntegra do voto do PSOL, clique aqui.

Por Daniella Cambaúva, da Agência PT de Notícias.

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