Contra retrocesso, deputados do PSOL declaram apoio a Dilma

Em carta, deputados federais eleitos pelo partido argumentam que setores conservadores e retrógrados estão alinhados a Aécio Neves (PSDB)

Quatro deputados federais eleitos pelo PSOL formalizaram nesta sexta-feira (10) apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff no pleito de 26 de outubro, contra o tucano Aécio Neves.

Em carta, Edmílson Rodrigues (PA), Chico Alencar (RJ), Jean Wyllys (RJ) e Ivan Valente (SP) garantem o voto na candidata petista e alegam que setores conservadores da política estão entusiasmados com a candidatura de Neves. Para os deputados, o fato pode representar um retrocesso para o país.

 

Confira a íntegra da carta:

 

Nós, deputados federais do PSOL, trocando ideias e respeitando os princípios partidários, como é nosso dever, construímos uma posição COLETIVA – serena e clara – diante do embate do 2º turno presidencial:

1. Um pleito em 2º turno, quando nosso projeto partidário não está ali representado, é mais uma eleição do não do que do sim;

2. O PSOL vê com preocupação o avanço conservador no Congresso Nacional, com a votação expressiva de representantes da ultradireita, do fundamentalismo, do corporativismo empresarial e latifundiário, do ruralismo antirreforma agrária e violador dos direitos indígenas, do patrimonialismo, do discurso de ódio à diversidade e aos direitos humanos e do clientelismo dos currais eleitorais;

3. No plano nacional, há uma divisão na sociedade, com os setores mais à direita, do privatismo total, da corrupção estrutural e sistêmica, de parte significativa da mídia grande e dos avessos à participação popular alinhados com Aécio, isto é, com PSDB, DEM, PTB, PSC; de outro, com as evidentes contradições do PT e do governo Dilma, assemelhado aos tucanos até na continuidade da corrupção, alinham-se movimentos, personalidades e partidos com viés mais progressista;

4. Para nós, do PSOL, nossa missão principal nesta disputa eleitoral encerrou-se no 1º turno, no qual, nos estados e no país, com Luciana Genro, afirmamos nossas propostas programáticas básicas e um novo modo de fazer campanha política, sem os aparatos enganosos das candidaturas milionárias, prisioneiras de empreiteiras, bancos, frigoríficos e mineradoras que as financiam;

5. Sem qualquer intenção de participação num eventual novo governo ou de formar ‘base de sustentação’ a ele, manteremos nossa condição de oposição programática de esquerda, seja qual for o(a) presidente eleito(a), preservando assim, nossa posição crítica, fiscalizadora e propositiva;

6. Diante da composição de forças políticas e sociais que se constituiu, com os vínculos entusiasmados dos setores mais conservadores e retrógrados com a candidatura tucana, e do retrocesso que isso pode representar, dentro dos marcos aprovados pelo PSOL em Resolução divulgada em 8/10, declaramos nosso voto em Dilma;

7. Seguiremos na luta, nas ruas, nas redes e nos parlamentos, por Reforma Política com participação popular, por Reforma Tributária que grave os mais ricos, por políticas de superação estrutural da desigualdade social e inter-regional, pela auditoria da dívida, pelo combate a todas as discriminações, por uma política externa independente da hegemonia estadunidense e por um Brasil livre, soberano, justo, igualitário e fraterno.

 

Brasília, 10 de outubro de 2014

 

Edmílson Rodrigues (PA)

Chico Alencar (RJ)

Jean Wyllys (RJ)

Ivan Valente (SP)

DEPUTADOS ELEITOS PELO PSOL

 

Da Redação, da Agência PT de Notícias

PT Cast