Uruguaios lançam Comitê em Defesa da Democracia no Brasil

Com a presença do ex-presidente Pepe Mujica, comitê uruguaio defende também a liberdade de Lula e condena os retrocessos promovidos por Temer

Divulgação

Pepe Mujica no lançamento do comitê no Uruguai

A embaixada do Brasil no Uruguai, no centro de Montevidéu, amanheceu nesta quarta-feira (3) com militantes da Frente Ampla e da PIT-CNT montando uma tenda para servir de espaço para um ato contra a prisão política do ex-presidente Lula. A Frente Ampla é a coalizão de esquerda que governa o Uruguai desde 2005, enquanto a PIT-CNT é a confederação de trabalhadores do país que ostenta os melhores indicadores socioeconômicos da América Latina e onde os direitos trabalhistas resistem firmemente ao avanço neoliberal no continente.

O ato na frente da embaixada fundou o Comitê em Defesa da Democracia no Brasil e da liberdade de Lula. Durante a solenidade, parlamentares e lideranças políticas, como o ex-presidente José “Pepe” Mujica, condenaram os retrocessos experimentados pelo Brasil desde o golpe de 2016 e o farsesco processo jurídico que culminou na prisão do maior líder popular da história do País.

Usando uma metáfora do churrasco – carro-chefe da culinária uruguaia – para resumir o que está em disputa no Brasil, Mujica disse que qualquer projeto político voltado para reduzir desigualdades vai gerar “bronca e tensão” das elites. “O que está em jogo são reformas que vão cortar o toucinho mais gordo para o lado dos gordos e mais magro para o lado dos magros. Amputar as políticas sociais, os direitos, todas as políticas que tendem a mitigar as desigualdades das nossas sociedades”, explicou o ex-presidente, acrescentando que o Brasil “tem um desafio enorme, eu diria quase dramático”.

Representando o Brasil, a Secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) e vice-presidente da Internacional da Educação para América Latina (IEAL), Fátima Silva, ressaltou que a solidariedade internacional é algo fundamental neste momento em que o Brasil tenta retomar a normalidade democrática, ao mesmo tempo em que luta para libertar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Desde o golpe praticado pelos partidos de direita – principalmente o PSDB e o MDB – e partidos de centro no Brasil, o país experimenta o crescimento da ultradireita, com suas ideias fascistas, xenófobas e racistas, que polariza hoje com o nosso projeto do campo popular e democrático. A direita não perdoa a nossa ousadia de ter incluído pobres, negros e índios e de ter chegado por quatro vezes à presidência da República. Por isso um juizeco de primeira instância, sem nenhuma prova, mas apenas por convicção, encarcerou o maior líder popular da história do Brasil”, relatou Fátima.

O presidente da Frente Ampla, Javier Miranda, disse que a prisão de Lula é “uma violação dos seus direitos humanos” e que é uma “causa comum aos latino-americanos”. Miranda considera que a disputa em curso no Brasil é chave para o futuro da região e confia que a justiça social será retomada em um dos principais países do continente.

Alejandro Acosta, dirigente da PIT-CNT, afirmou que o programa da direita em curso no Brasil “responde fielmente à fórmula neoliberal” que vem sendo aplicada em outros países da região. “A direita e os setores oligárquicos e do capital financeiro más concentrado estão descarregando sobre o povo brasileiro uma série de políticas encabeçadas por Temer com a finalidade de destruir as conquistas obtidas pelos setores populares”, avaliou Acosta.

Assista ao vídeo completo do evento:

#AoVivo Lançamento do Comitê em defesa da Democracia no Brasil e da liberdade de Lula

Publicado por PT na Câmara em Quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Do PT na Cârama

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