“Venda da Embraer para Boeing é criminosa”, diz Zarattini
Deputado apresentou requerimento na Câmara para que ministros do governo golpista prestem esclarecimentos sobre as tratativas
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Na tentativa de denunciar e impedir a venda criminosa da Embraer para a gigante norte-americana de aviação Boeing, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) apresentou requerimento na Câmara, na quarta-feira (21), convocando os ministros da Defesa, Raul Jungmann, e da Fazenda, Henrique Meirelles, para prestarem esclarecimentos sobre as tratativas da compra. Isso porque, apesar da Embraer ser privatizada, o governo federal tem o poder de vetar mudanças estratégicas, a chamada “Golden Share”, e impedir que essa venda comprometa os programas militares do País e a fabricação de aviões comerciais e jatos executivos.
Segundo Zarattini, os termos do contrato não são de conhecimento público o que suscita mais apreensão. Até o momento, o único que se sabe é que a Boeing vai controlar até 90% de uma nova empresa que receberia toda a área de aviação comercial da Embraer tanto de jatos regionais quanto executivos. “Com a compra, a Boeing acabará com a concorrência da Embraer e vai liderar o mercado de aviação mundial”, destacou.
Se efetivada a venda, o Brasil vai entregar toda cadeia produtiva e acúmulo tecnológico e científico nacional para os americanos. “A entrega da Embraer vai obrigar o fechamento de fábricas e milhares vagas de emprego. Precisamos nos opor a essa venda criminosa do patrimônio e do conhecimento nacional desenvolvido desde os anos 50 pela Aeronáutica, por meio do marechal Montenegro, que fundou o ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) e CTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), instituições que impulsionaram a criação a Embraer”, alertou Zarattini.
A Embraer é uma empresa de alta tecnologia do setor de aviação e de defesa e estratégica no setor e para o Brasil. E a terceira maior fabricante de aviões do mundo e detém a tecnologia de aviões comerciais, executivos e militares.
A inclusão na pauta de votações do pedido de convocação dos ministros da Defesa e da Fazenda depende de deliberação do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia.
Por PT na Câmara