Veto a 5G da chinesa Huawei pode aprofundar atraso tecnológico

Segundo estimativa das operadores de telefonia, o veto à a empresa chinesa obrigará a troca dos sistemas 3G e 4G em funcionamento no Brasil, com custo estimado em até R$ 100 bilhões. Além de atrasar o país do ponto de vista tecnológico, as empresas alertam que haverá repasse dos custos aos consumidores

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A disputa em torno do %G

O alinhamento aos interesses norte-americanos pode trazer graves prejuízos ao Brasil, no caso do futuro edital para a tecnologia 5G. A preocupação é das próprias operadoras, que defendem o fornecimento da empresa chinesa Huawei. Até o momento, o governo tem dado sinais trocados sobre o tema, sinalizando aparente conflito com os setores militares. Na terça-feira, representantes das operadoras participaram de reunião com o ministro das Comunicações, Fábio Faria.

De acordo com as operadoras, o veto à participação da Huawei no edital pode causar prejuízos que atingem cifras de bilhões de reais. O veto à empresa chinesa obrigará a troca dos sistemas 3G e 4G em funcionamento no Brasil, com custo estimado em até R$ 100 bilhões. Além de atrasar o país do ponto de vista tecnológico, as empresas alertam que haverá repasse dos custos aos consumidores.

A Huawei participa do mercado brasileiro há 22 anos, com investimento de R$ 140 milhões anuais em pesquisa e duas unidades fabris, em Manaus e Sorocaba. De acordo com a empresa chinesa, os equipamentos produzidos no pais contam com 40% de conteúdo nacional. Desde 2007, as operadoras já investiram mais de R$ 150 bilhões na construção de redes 3G e 4G, com mais da metade dessa infraestrutura da empresa chinesa. Sem a Huawei, a maioria dos usuários não poderá se comunicar com aqueles que migrarem para o 5G.

“Se a Huawei ficasse de fora do leilão do 5G no Brasil, seria um desastre para o país, porque nos condenaria a uma situação de atraso tecnológico ainda maior. O ensino on-line, por exemplo, não deslancha porque nossa base, nossa estrutura de Internet e de tecnologia está atrasada, elas precisam ser atualizadas. O Brasil tem tem sido pródigo em desperdiçar algumas oportunidades ou também passar anos discutindo questões sem a devida rapidez que essa situação global nos exige atualmente”, avalia Marcus Vinícius Freitas, professor visitante de Direito Internacional Público e de Relações Internacionais da Universidade de Relações Exteriores da China, sediada em Pequim.

Enquanto seus filhos atacam a China nas redes sociais, Bolsonaro e outros setores do governo batem cabeça. O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, já sinalizou ser contrário a um veto, alegando os custos que a decisão ocasionaria aos consumidores. No dia seguinte, Bolsonaro reagiu afirmando, em cerimônia no Palácio do Planalto. que “ninguém fala comigo de 5G sem antes conversar com o ministro Fábio Faria”,

Da Redação com Folha de S. Paulo e Sputnik

 

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