Vidas negras importam: assassino de George Floyd é condenado

Derek Chauvin foi considerado culpado de todas as acusações. “Que tantas outras famílias destruídas pelo genocídio negro consigam a mesma justiça”, deseja a deputada Benedita da Silva (PT-RJ)

Adriano Machado

Protesto contra o racismo em junho do ano passado, em Brasília

Não foi em vão a mobilização da sociedade civil, especialmente da comunidade negra, que foi às ruas protestar contra o assassinato de George Floyd pelo policial Derek Chauvin, no ano passado.

Os 12 jurados selecionados para o caso consideraram, nesta terça-feira (20), Chauvin culpado das três acusações que enfrentava: homicídio culposo (sem intenção de matar), negligência (consciência de que seu ato poderia resultar na morte de Floyd) e causar a morte por meio de ato perigoso, sem consideração à vida humana.

Agora caberá ao juiz do caso estabelecer qual a pena a ser dada a Chauvin, o que só deve ocorrer dentro de dois meses.

A condenação do assassino de George Floyd, especialmente pelo fato de se tratar de um policial, é uma importante vitória contra o racismo estrutural e a violência policial, que afeta especialmente as minorias étnicas e sociais, no mundo todo.

“Enfim a justiça por George Floyd está acontecendo. O policial responsável pelo seu assassinato foi condenado com decisão unânime do júri popular. Que tantas outras famílias destruídas pelo genocídio negro consigam a mesma justiça”, desejou a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), pelo Twitter.

Racismo e violência no Brasil

George Floyd foi morto, aos 46 anos, em 25 de maio do ano passado, por Derek Chauvin, o policial que, após abordar a vítima, a imobilizou colocando o joelho sobre seu pescoço, impedindo-a de respirar. A asfixia durou mais de 10 minutos, apesar dos apelos de Floyd e das pessoas que assistiram à cena. Impedida de agir por outros policiais, coube à população filmar o crime, o que contribuiu para a condenação de Chauvin.

A morte de Floyd gerou intensos e grandes protestos nos Estados Unidos e em outros países, inclusive no Brasil, onde a população negra também é a maior vítima da violência, seja policial ou não. Segundo pesquisa feita no país dois meses após a morte de Floyd, 75% dos brasileiros consideram que a polícia é mais violenta contra os negros.

Além disso, de acordo com o Atlas da Violência 2020, os homicídios de pessoas pretas e pardas no Brasil cresceram 11,5% entre 2008 e 2018. No caminho inverso, no mesmo período, a taxa entre não negros (brancos, amarelos e indígenas) apresentou uma queda de 12,9%.

Da Redação, com informações do G1

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