Violência política de gênero marca o mês da mulher
Bolsonaristas protagonizam show de horror e misoginia contra companheiras do PT
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Em pleno mês da mulher, a extrema direita segue destilando sua artilharia misógina e machista contra companheiras do PT. Primeiro, na véspera do 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o inelegível, indiciado, e muito em breve, réu, Jair Bolsonaro, tentou ofender as mulheres petistas chamando-as de “feias e incomíveis”.
Como resposta, a secretária nacional de mulheres, Anne Moura, gravou mensagem onde afirmou que o gesto do ex-presidente, na verdade, representa um desespero na tentativa de desviar o foco do que realmente importa: sua responsabilização pelos ataques à democracia, e a iminente prisão que se aproxima a galope.
Na semana seguinte, o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), fiel escudeiro de Bolsonaro nas ofensas perpetradas contras mulheres e comunidade LGBT, e que possui extensa ficha criminal, usou as redes sociais para atacar de maneira extremamente baixa, violenta, misógina e machista, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Hoffmann.
O gesto asqueroso não ficará impune. Por esta razão, nesta sexta, o Partidos dos Trabalhadores entrou com uma representação no Conselho de Ética da Câmara por quebra do decoro parlamentar contra o deputado Gayer.
As Bancadas Femininas do PT na Câmara e no Senado e a Secretaria de Mulheres do PT emitiram uma nota condenando a postura do deputado goiano: “É inaceitável que um parlamentar use suas redes sociais para disseminar misoginia, ataques pessoais e insinuações ofensivas, especialmente contra um ministério de Estado. As declarações do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) não só desrespeitam as mulheres na política, como também reforçam discursos machistas, misóginos e violentos que precisamos combater diariamente. O Parlamento não pode compactar esse tipo de violência”, diz trecho da nota.
Bolsonaristas atacam, e depois recuam
Entretanto, como é de praxe dos bolsonaristas covardes, após ver que o ataque misógino não ficará sem punição, o parlamentar da extrema direita, foi às redes sociais, apagar o post e dizer que não era bem assim.
O gesto é um clássico dos homens que seguem a cartilha bolsonarista: atacam, xingam e depois agem como se nada tivessem feito ou dito. A isso chama-se covardia. O objetivo é mobilizar sua base virtual em busca de alguns cliques.
Além disso, muitos dos parlamentares bolsonaristas se ancoram na imunidade parlamentar para perpetrar esses ataques; eles usam esse benefício fosse um passe livre para que xingamentos e violências possam ser proferidas sem qualquer responsabilização, sempre alegando que estão apenas usando o direito da “liberdade de expressão.”
No X, a deputada federal Dandara Tonantzin pontuou acertadamente o modus operandi bolsonarista:
Fizeram com a Dilma, fizeram com Marisa Letícia. E seguem fazendo, com Gleisi, com Janja, comigo e com todas as lideranças mulheres do PT.
O machismo é um instrumento utilizado pela extrema direita para destruir o país.
Quando as mulheres de luta avançam mudamos o mundo! E…
— Dandara Tonantzin (@todandara) March 14, 2025
Ataques à primeira-dama
Outra mulher petista que segue como alvo da violência machista da extrema direita é a primeira-dama Janja. Na noite de ontem (13), após ser alvo de inúmeras ofensas na rede social Instagram, a companheira Janja tornou privado seu perfil no Instagram.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, foi ao X para prestar apoio e condenar os ataques contra a primeira-dama:
Ontem foi um dia vergonhoso e de retrocessos. Após ataques misóginos, e que, como ela mesma apontou, atacam sua integridade, @JanjaLula tornou sua conta no Instagram privada. Não é admissível que a internet seja um espaço sem regulamentação, livre para discurso de ódio. E as…
— Cida Gonçalves (@CidaMulheres) March 14, 2025
Os casos citados acima exemplificam bem o modus operandi que a extrema direita tem adotado para deslegitimar a presença das mulheres petistas nos espaços de poder.
Bolsonaro naturalizou a violência contra a mulher
Além da arena política, o ambiente doméstico também foi infectado pela cultura bolsonarista de ode à violência contra a mulher. Infelizmente, os dados não negam: durante os assustadores quatro anos de Bolsonaro à frente da Presidência, nunca as mulheres foram tão agredidas e humilhadas. Os efeitos dessa violência são sentidos até hoje. A sensação que as brasileiras têm é que a partir de Bolsonaro, o machismo, para alguns homens, passou a ser prática admirável.
Diversas pesquisas, relatórios e análises comprovam que os efeitos da ausência de políticas públicas que defendem a vida da mulher, somado a discursos machistas e misóginos, ecoam até hoje na sociedade brasileira.
Em uma linha do tempo, por exemplo, podemos observar que até mesmo antes da primeira eleição presidencial em que Bolsonaro participou, as mulheres do PT sempre foram objeto de violência.
Um dos seus alvos favoritos foi a deputada Maria do Rosário (PT-RS), atacada por Bolsonaro pelo menos desde 2014. Em certa ocasião ele disse à deputada: “Não te estupro, porque você não merece”.
Já durante a campanha eleitoral de 2018, Jair Bolsonaro se posicionou contrário às leis de equidade de gênero no mercado de trabalho. Para ele, era o suficiente a previsão na CLT de que homens e mulheres devem ser remunerados da mesma forma: “Por que o Ministério Público do Trabalho não age? Eu não tenho ingerência sobre isso. É só as mulheres denunciarem.”
Bolsonaro também afirmou que votou contra a emenda constitucional que equiparou ao aos trabalhadores domésticos, em sua maioria mulheres, os mesmos direitos previstos na CLT por considerar que incentiva demissões.
Já em abril de 2017, Jair referiu-se à própria filha como “fraquejada” durante uma palestra no Clube Hebraica: “Fui com os meus três filhos, o outro foi também, foram quatro. Eu tenho o quinto também, o quinto eu dei uma fraquejada. Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher.”
Anos antes, enquanto era deputado federal, ele atacou o direito das mulheres, que fora garantido pela Constituição de 1988: a licença maternidade. Em 1993, ele defendeu a redução do benefício.
A sua iminente prisão será celebrada por todas as mulheres. A violência que ele ajudou a chancelar entre os seus tem assustado muitas mulheres. Mas, graças ao compromisso do governo Lula com ações e políticas de combate à violência, o Ministério das Mulheres foi criado e, com ele, diversas ações têm sido desenvolvidas para as brasileiras.
Da Redação do Elas por Elas, com informações do PT na Câmara