Vitória da Conquista: PT aposta em continuidade para ampliar direitos
Deputado estadual e ex-prefeito Zé Raimundo é aposta para continuação de um governo com participação popular. Ele já geriu o município em outras 2 oportunidades
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Localizada a pouco mais de 500 km de Salvador, na Bahia, Vitória da Conquista pode ter o quinto governo consecutivo tocado por um político do Partido dos Trabalhadores (PT). Deputado estadual, Zé Raimundo Fontes é a aposta local para sucessão do atual prefeito Guilherme Menezes (2009 – 2016) e continuação de uma administração pública participativa.
A nomeação de Zé Raimundo, professor universitário, mestre em Ciências Sociais e doutor em História Econômica, foi bem aceita entre os partidários, apesar de outros nomes terem sido cogitados.
“Minha candidatura sai de forma unificada e com apoio de movimentos sociais, como o MST”, comemora o deputado.
A companheira de chapa, no cargo de vice, é a contadora Sidélia Reis Porto, filiada ao PSD, sigla que em nível estadual dá suporte ao governador Rui Costa (PT). Os cinco representantes baianos do PDT na Câmara e três no Senado tentaram barrar golpe contra a presidenta eleita Dilma Rousseff.
“Tivemos o cuidado de escolher um partido que por aqui não apoiou o golpe”, conta.
Vitória da Conquista registra pouco mais de 340 mil habitantes e representa o 5º Produto Interno Bruto (PIB) do Estado baiano com R$ 4,9 milhões, segundo dados de 2013 do Instituto Brasileiro e Geografia e Estatísticas (IBGE), e já foi governada por Zé Raimundo.
O petista foi eleito prefeito na campanha de 2004, com 70.759 votos, para os anos de 2005 a 2008. Anteriormente, já tinha assumido o Executivo conquistense entre 2002 e 2004, quando o então mandatário, o próprio correligionário Guilherme Menezes, se licenciou para assumir uma cadeira no Congresso nacional. O professor universitário se orgulha em ter trabalhado para o saneamento básico e universalização do ensino fundamental.
Zé Raimundo é otimista em relação a um possível novo mandato no poder Executivo, sendo a campanha pautada na continuidade dos direitos sociais e não restrição, como tem sido feito com o presidente golpista Michel Temer (PMDB).
“Aqui os conselhos e orçamentos participativos funcionam, mas precisamos também responder às demandas da sociedade, sobretudo numa linguagem para juventude”, diz o ex e possível futuro prefeito de Vitória da Conquista. Durante a pré-campanha, inclusive, foram realizadas reuniões com moradores por um Plano de Governo Participativo.
A tendência no município é a polarização da disputa com o candidato do PMDB, Herzem Gusmão, apesar da oficialização de outros postulantes do PCdoB, PSB, PSDB e PSol.
“Acreditamos que a rede de proteção social criada fará diferença, bem como a universalização do ensino infantil e fundamental, sob responsabilidade do município”, disse.
Para o candidato, a situação política atual não deve refletir na disputa pela prefeitura de Vitória da Conquista. “A cidade reconhece na gente, independente do que está acontecendo em âmbito nacional, uma alternativa para Justiça social. Apesar de tudo que tem ocorrido, nunca fomos hostilizados pela população”, diz Zé Raimundo, um dos fundadores do partido na cidade, assim como antigo militante da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
A criação de um campus da Universidade Federal da Bahia (UFBA) na cidade e o Instituto Federal da Bahia (IFBA) também devem animar o eleitorado local a escolher pela continuidade da gestão petista, assim como o investimento na barragem e na criação de um novo aeroporto na cidade.
“O fato desse novo governo estar provando que trata-se de um golpe, com medidas antipopulares, já alerta a população de que o pode vir por aí é muito pior”, acredita.
Apesar de todos os esforços e investimentos, Vitória da Conquista tem um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 0,678, classificado como médio e um pouco distante do topo das melhores cidades do país. “Fizemos muito, mas a cidade precisa de muito mais”, encerra Zé Raimundo.
Da Redação da Agência PT de Notícias