97% das brasileiras já sofreram assédio no transporte público e privado

Levantamento dos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva mostra também que 71% conhece alguma mulher que já sofreu assédio em espaço público

Reprodução/Brasil de Fato

97% das mulheres dizem que já sofreram assédio no transporte público e privado no Brasil

O número de brasileiras que já sofreram assédio no transporte público e privado é alarmante, 97% das mulheres com mais de 18 anos já passaram por situações de abuso sexual, de acordo com estudo dos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, com apoio da Uber.

Além disso, a pesquisa mostrou também que 71% das mulheres declarou conhecer alguma mulher que já sofreu assédio em espaço público, para 72% o tempo para chegar ao trabalho influencia na decisão de aceitar ou ficar em um emprego, e 46% não tem confiança de que não irão sofrer assédio no transporte, segundo noticiou o G1.

A diretora-executiva do Instituto Patrícia Galvão, Jacira Melo, explicou em entrevista ao G1 que “é um número muito forte. Esse é o cotidiano da vida das mulheres, a pura expressão do que acontece”.

O estudo contou com uma lista com as principais queixas de assédio. Quase todas as entrevistadas responderam já ter passado pelas seguintes situações: olhares insistentes (41%) no transporte coletivo, (10%) no transporte por aplicativo e (11%) no táxi, cantadas indesejadas (33%) no coletivo e (9%) nos aplicativos e táxis.

“O assédio sexual nos meios de transporte é sabido e conhecido por todos, mas ainda pouco abordado, como se fosse algo de menor importância. As mulheres enfrentam encoxadas, ejaculação na roupa e nas pernas, são expostas a violência pesada, que fere o direito de ir e vir. As empresas precisam criar mecanismo para as mulheres ficarem mais seguras e a fazerem denúncias. Elas têm condições de evitar o assédio e o estupro de forma muito mais eficaz do que no transporte público”, finalizou Jacira.

As entrevistas aconteceram em fevereiro, e abordaram 1.081 mulheres que utilizaram transporte público ou privado nos três meses anteriores à data do início do estudo.

Da Redação da Secretaria Nacional de Mulheres do PT com informações do G1

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