Moro e Damares querem usar flores para combater violência contra mulher

Para ministros de Bolsonaro, é preciso ensinar meninos a entregar flores para meninas; políticas do governo de combate a violência ressaltam fragilidade ao invés de igualdade

Fábio Rodrigues Pozzebom - Agência Brasil

A ministra Damares Alves justificou os vetos à inclusão de pais solteiros entre beneficiários do auxílio-emergencial: ofende o interesse público

Ao lado do ministro da Justiça, Sérgio Moro, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves disse nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, que vai ensinar nas escolas meninos a entregar flores e abrir a porta do carro para meninas não coloca a mulher em uma situação de fragilidade.

“Nós vamos ensinar nossos meninos nas escolas a levar flores para meninas, por que não? Abrir porta do carro para mulher, por que não? A se reverenciar para uma mulher, por que não? Nós não vamos estar colocando a mulher em uma situação de fragilidade. Mas vamos elevar para um patamar de um ser especial pleno, de um ser extraordinário”, defendeu Damares, que anunciou um convênio entre os dois ministérios para combater a violência doméstica.

Pelo Twitter, a ministra defendeu sua fala. “E por que não? É claro esse ato isolado não resolve o problema e tampouco é isso que proponho. Mas ensinar o respeito desde que todos são bem pequenos é fundamental. Precisamos resgatar valores que são caros à família”, tuitou.

Para Damares, as mulheres são diferentes por “serem mulheres” e precisam ser amadas e respeitadas como mulheres.

“Os meninos vão ter que entender que as meninas são iguais em direitos e oportunidades, mas são diferentes por serem mulheres e precisam ser amadas e respeitadas como mulheres. Enquanto nossos meninos acharem que menino é igual a menina, como se pregou no passado, algumas ideologias…já que a menina é igual, ela aguenta apanhar”, afirmou.

Salve uma mulher

No evento, Damares anunciou o lançamento da campanha Salve uma Mulher para treinar profissionais que lidam todos os dias com o público feminino, como os profissionais de beleza, a identificar e denunciar sinais de agressão contra as mulheres.

De acordo com Damares, há entre os profissionais de beleza e as clientes uma relação de “confiança”, e, por isso, o treinamento deles é importante para que agressões sejam denunciadas.

“[Vamos] treinar as manicures para quando estiver fazendo a unha da mulher, olhar se tem uma marca no braço, se essa mulher não está tremendo muito. Treinar o cabeleireiros na hora de erguer o cabelo para fazer uma escova, olhar se não tem uma mancha”, explicou.

Por Revista Fórum

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