Empolgado para o Festival Lula Livre? Confira 11 curiosidades sobre o evento
Listamos tudo (ou quase) que você precisa saber antes de curtir os shows de domingo (2), na segunda edição do evento criado em defesa da liberdade do ex-presidente
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Não são poucos os festivais que saíram dos palcos para entrar para história do Brasil. Da fúria do público com o segundo lugar de Geraldo Vandré ao violão quebrado de Sérgio Ricardo, do improvável clima de Woodstock em Iacanga à passeata contra a guitarra elétrica dos tradicionalistas, a música produzida por aqui tem embalado também os principais acontecimentos culturais e políticos das últimas décadas.
E quando tudo parecia esquecido, eis que surge um festival que já causou imenso barulho logo em sua edição de estreia e agora está prestes a repetir a dose em tempos de ainda mais retrocesso e ataques à democracia: o Festival Lula Livre. O evento, realizado pela primeira vez em julho de 2018 no Rio de Janeiro, chega a São Paulo neste domingo (2) com programação que deve reacender a disposição da militância para lutar pela liberdade do ex-presidente e contra os desmandos do atual desgoverno.
Antes de prestigiar os shows, no entanto, nada melhor do que descobrir algumas curiosidades sobre a primeira edição, relembrar passagens marcantes dos bastidores e das apresentações, saber um pouco mais sobre o local que receberá os shows – além, claro, de descobrir como tudo surgiu.
A seguir, listamos 11 coisas que você talvez não sabia sobre o Festival:
1. O manifesto que deu origem ao primeiro Festival no Rio (2018)
A ideia do evento veio a público a partir de um manifesto encabeçado por Chico Buarque, Martinho da Vila, Ziraldo, Leonardo Boff e outros 800 signatários. “Todo o julgamento do presidente Lula foi um erro jurídico sem limites”. Para os signatários é inadmissível que Lula, líder em todas as pesquisas, não participe das eleições. “Inadmissível é mantê-lo preso num flagrante desrespeito às regras mais elementares da Justiça”, reitera trecho do documento.
2. Após 45 anos, Gil e Chico dividem o palco novamente na primeira edição
Quarenta e cinco anos depois do histórico show Phono 73, quando Gilberto Gil e Chico Buarque cantaram juntos a música “Cálice”, enquanto os microfones eram desligados pela censura, a dupla voltou a dividir o palco novamente em outro momento histórico, agora por Lula Livre.
3. A repercussão nas redes no histórico evento no Rio (2018)
Capitaneado por meio de financiamento coletivo, o Festival Lula Livre materializou a força da militância em defesa do ex-presidente. Além da multidão de voluntários que tornaram real o evento, milhares de pessoas que não puderam ir ao Rio de Janeiro também contribuíram pelas redes sociais ao fazer dele o principal assunto do Brasil. O festival ficou em primeiro lugar entre mais comentados no Twitter no país e, em alguns momentos, chegou ao terceiro lugar no mundo.
4. A primeira carta de Lula para o festival no Rio a gente não esquece…
Sem poder gravar em função da prisão política cumprida em Curitiba, Lula enviou carta em que agradeceu os artistas pela ação. “Eu só posso agradecer a solidariedade de vocês. Quantas vezes, quando a sociedade calou diante de barbaridades, foram os nossos músicos, escritores, cineastas, atores, dramaturgos, dançarinos, artistas plásticos, cantores e poetas que vieram lembrar que amanhã há de ser outro dia? Que ousaram acreditar em esperanças equilibristas e em flores vencendo canhões?”, escreveu.
5. Beth Carvalho
“Faço parte do bloco fora, Temer. Para mim, só Lula lá”, disse a cantora Beth Carvalho durante o Festival Lula Livre, no Rio. Ativista e militante de esquerda desde os tempos sombrios da ditadura, a madrinha do samba fez uma das apresentações mais contundentes durante o evento e fez o público se emocionar com a canção “Lula Livre”, composta por Claudinho Lima em defesa da libertação de Lula. A letra faz paralelo sobre a retomada da história de um país à necessidade urgente de tirar do cárcere o maior líder popular brasileiro. Beth faleceu no último dia 30 de abril, ao 72 anos.
6. Diversidade de gêneros, novatos e veteranos
Durante as 10 horas de show na primeira edição do Festival Lula Livre no Rio de Janeiro, mais de 40 nomes da música nacional e latino-americana se revezaram no palco montado nos Arcos da Lapa. Artistas do gabarito de Gil, Chico Buarque, Beth Carvalho e Odair José dividiram espaço com expoentes da nova geração como Franscisco El Hombre, Filippe Catto, entre outros. Nesta nova edição, mais uma vez a diversidade se manterá e o público poderá conferir apresentações de peso como Criolo, Otto, Tulipa Ruiz, Zeca Baleiro, Emicida, Fernanda Takai, Arnaldo Antunes e Chico César.
7. Festival Lula Livre 2ª edição (2019): A praça e a história
Conhecida antigamente como Largo dos Curros, o local que receberá a próxima edição do Festival Lula Livre tem história de sobra. Era ali que os paulistanos do século XIX assistiam a rodeios e touradas.Posteriormente, foi chamada de Largo da Palha, Praça das Milícias e Largo 7 de Abril. Com a Proclamação da República, em 1889, a praça passou a se chamar 15 de Novembro e, finalmente, Praça da República. A praça foi palco de manifestações importantes da história nacional, com destaque para a eclosão da Revolução Constitucionalista de 1932, no dia 23 de maio. Nas décadas anteriores, a Praça da República seguiu como a escolha de atos das mais variadas bandeiras – ano passado, recebeu diversas manifestações contra Bolsonaro.
8. A música que embalou os atos em defesa de Lula em 2018
O músico e produtor brasileiro Daniel Téo, autor da canção You’re Not Alone, que presta homenagem ao ex-presidente Lula, a Nelson Mandela e a outros ícones globais da luta por justiça e igualdade, foi um dos destaques da primeira edição do festival. Mas foi além. Sua música passou a ser usada também em praticamente todos os atos da esquerda desde então. Onde havia gente reunida em defesa de Lula, pela democracia ou contra Bolsonaro, lá estava You’re Not Alone.
9. Som da Liberdade. Nasce a nova edição do Festival 2019
Em abril deste ano, um novo manifesto foi divulgado para servir de mote à segunda edição do festival. Sob o título de O Som pela Liberdade, o texto assinado por diversos artistas (e lido no esquenta do evento pelo ator Sérgio Mamberti na terça, 28) diz que “lutar pela liberdade de Lula é enfrentar o caos. É desatar o nó na garganta que está nos sufocando.
É encarar os irresponsáveis que puseram o Brasil à deriva, exigir justiça e democracia, dignidade e direitos”. E mais:
“o nosso grito por Lula Livre é um imenso coro em defesa da verdade! Vamos, de mãos dadas, construir este imenso cordão por justiça para Lula e para o povo brasileiro!
10. Vai ter pão com mortadela, sim!
A direita adora dizer que a militância progressista formada por partidos de esquerda, movimentos sociais, estudantes e todos aqueles que querem um Brasil mais justo, adora um pão com mortadela. Oras, ao menos neste ponto eles estão certos! Tanto é que todos os envolvidos no festival, da produção aos artistas, terão à disposição um dos sanduíches que simboliza como poucos o povo brasileiro.
11. Por Lula, artistas “disputam” vaga no line up do festival
Desde a primeira edição do Festival Lula Livre, grande parte dos artistas procurou a organização para participar do evento – fato que inverte a lógica em que os produtores é que procuram os artistas. Isso mostra a credibilidade que Lula tem com os representantes da classe artística. Todos nós torcemos para que a justiça seja feita e o ex-presidente seja libertado o mais rápido possível. Mas, caso haja a necessidade de organizar um novo festival, já há inúmeros músicos “na fila para participar”.
Da Redação da Agência PT de Notícias