Gabinete do Ódio apoia organização criminosa que espalha fake news, diz PF
Segundo reportagem do jornal O Globo, relatório preliminar da Polícia Federal aponta que milícia digital bolsonarista usa estrutura do gabinete que funciona dentro do Palácio do Planalto
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Investigação da Polícia Federal aponta que os ataques à democracia feitos pela milícia digital bolsonarista utiliza a estrutura do Gabinete do Ódio, grupo formado por assessores de Jair Bolsonaro que trabalham dentro do Palácio do Planalto e é fortemente ligado ao vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro. As informações são do jornal O Globo.
Segundo reportagem publicada nesta sexta-feira (11) pelo jornal, a constatação dessa relação direta entre o Gabinete do Ódio e a milícia digital está em um relatório parcial enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela delegada Denisse Ribeiro. A investigação faz parte do inquérito sobre as fake news, aberto no ano passado por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes e no qual Bolsonaro foi incluído.
“Identifica-se a atuação de uma estrutura que opera especialmente por meio de um autodenominado ‘gabinete do ódio’: um grupo que produz conteúdos e/ou promove postagens em redes sociais atacando pessoas (alvos) – os ‘espantalhos’ escolhidos – previamente eleitas pelos integrantes da organização, difundindo-as por múltiplos canais de comunicação, em atuação similar à já descrita outrora pela Polícia Federal, consistente no amplo emprego de vários canais da rede mundial de computadores, especialmente as redes sociais”, afirma um trecho do relatório, segundo o jornal.
Tratamento precoce
Ainda de acordo com O Globo, no relatório, produzido para apresentar um panorama das investigações das milícias digitais até o momento, a PF também sustenta que a organização criminosa digital foi usada para disseminar notícias falsas sobre medicamentos ineficazes contra a Covid-19, o chamado “tratamento precoce”.
“A análise em curso aponta também para existência de eventos que, embora não caracterizem por si tipos penais específicos, demonstram a preparação e a articulação que antecedem a criação e a repercussão de notícias não lastreadas ou conhecidamente falsas a respeito de pessoas ou temas de interesse. Como exemplo, entre outros, pode-se citar a questão do tratamento precoce contra a COVID-19 com emprego de hidroxicloroquina/cloroquina e azitromicina, bem como a menção à elaboração de dossiês contra antagonistas e dissidentes, inclusive com insinuação de utilização da estrutura de Estado para atuar ‘investigando todos’”, diz outro trecho do documento reproduzido pela reportagem.
Da Redação