Lula é capaz de tirar Brasil novamente do Mapa da Fome, diz Tereza Campello
Ex-ministra diz que Bolsonaro deixou o Brasil numa situação ainda pior que a encontrada por Lula em 2003. Mesmo assim, acredita que a fome pode ser vencida novamente: “Temos conhecimento”
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Com a destruição provocada por Jair Bolsonaro, a situação do Brasil em 2023 será pior do que a de 2003. Mesmo assim, a ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Tereza Campello tem certeza de que, caso Lula concorra e vença as eleições deste ano, será possível tirar o Brasil do Mapa da Fome novamente.
“Agora é mais difícil, a situação está mais deteriorada, tem menos meios no Estado, mas temos conhecimento e institucionalidade. É possível sair novamente do Mapa da Fome”, afirmou Campello em entrevista à Folha de S. Paulo, acrescentando que essa será uma “agenda central” em um novo governo do Partido dos Trabalhadores.
A própria Folha de S. Paulo lembra que, após ser retirado do Mapa da Fome pela ONU em 2014, o Brasil voltou à triste condição em 2018, ou seja, muito antes da pandemia de Covid-19. A causa desse retrocesso, explica Tereza Campello, foi o desmonte, iniciado por Michel Temer e continuado por Bolsonaro, do conjunto de políticas criadas nos governos de Lula e Dilma Rousseff. Políticas que vão muito além do Bolsa Família.
Por isso, a ex-ministra afirma que, em um novo governo Lula, a estratégia para superar a fome não se limitaria à reconstrução do Bolsa Família, mas também incluiria a retomada do investimento público, a criação de empregos, a revisão da reforma trabalhista e a implementação de políticas sociais combinadas, incluindo ações na área da segurança alimentar.
Bolsonaro faz maquiagem
Campello aponta que a estratégia de Bolsonaro nunca será suficiente para acabar com a fome no Brasil, pois o atual governo apenas criou um programa que distribui renda para um pequeno número de pessoas, o Auxílio Brasil, enquanto continua a sabotar as demais políticas que são essenciais para das segurança alimentar à população.
“O objetivo (do Auxílio Brasil) é maquiar a pobreza no período. Chamo de auxílio segundo turno. Uma forcinha para chegar lá e reduzir a rejeição, mas não tem impacto estrutural na pobreza”, explicou a ex-ministra. “Você tem uma grande desorganização do mercado de trabalho que responde pela pobreza. Não é só quem está desempregado que é pobre. Hoje quem está trabalhando é pobre também. Você tem que olhar para isso de forma conjunta, e com isso construir uma linha para saída da situação”, acrescentou.
Da Redação