Famílias excluídas por Bolsonaro tentam, em vão, entrar no Auxílio Brasil

Reportagem do UOL mostra que brasileiros na miséria, excluídos após o fim do Auxílio Emergencial e do Bolsa Família, buscam ajuda do governo, mas esbarram na falta de “disponibilidade orçamentária”

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Marca do governo Bolsonaro é o abandono

Começa a aparecer a exclusão promovida por Jair Bolsonaro quando este decidiu, em novembro de 2021, acabar de uma só vez com o Bolsa Família e o Auxílio Emergencial para colocar no lugar um programa feito sem planejamento algum, chamado Auxílio Brasil. 

Reportagem do UOL mostra que, desde então, 1,1 milhão de famílias, na esperança de serem incluídas, se inscreveram no Cadastro Único. Dessas, afirma a reportagem, 526 mil estão em extrema pobreza e 165 mil, em situação de pobreza. Mesmo assim, o governo Bolsonaro diz que nada fará por elas neste momento, uma vez que a inclusão no novo programa “não ocorrerá de forma automática e depende de disponibilidade orçamentária”.

Essas famílias que se inscreveram no Cadastro Único desde novembro são, com certeza, apenas a ponta do iceberg da maior exclusão social já realizada na história do Brasil. Como o Partido dos Trabalhadores mostrou no fim do ano passado, a extinção do Bolsa Família e do Auxílio Emergencial gerou o abandono de pelo menos 26 milhões de famílias.

Recordando o absurdo

É importante lembrar o que foi feito por Bolsonaro. Até outubro de 2021, 43,9 milhões de famílias contavam com ajuda contra a fome, recebendo ou o Auxílio Emergencial ou o Bolsa Família. Em novembro, Bolsonaro acabou com os dois programas e colocou no lugar o Auxílio Brasil, atendendo inicialmente apenas 14,5 milhões de famílias. Ou seja, mais de 29 milhões de famílias foram abandonadas (veja vídeo no fim desta matéria). 

Em janeiro deste ano, finalmente o governo incluiu mais 3 milhões de famílias, que eram as que estavam havia vários meses na fila de espera do Bolsa Família. Mesmo assim, basta fazer as contas, restaram 26 milhões de famílias excluídas.

Para piorar, o governo disse às famílias que ficaram de fora que a inscrição delas no aplicativo do Auxílio Emergencial não valia de mais nada. Se elas precisassem do Auxílio Brasil, elas deveriam procurar os serviços de assistência social para serem incluídas no Cadastro Único. Mas, como mostrou a reportagem, aquelas que estão fazendo isso não têm previsão alguma de receberem o benefício, mesmo encontrando-se na miséria.

Desumanidade e “CPF cancelado”

Essas famílias identificadas pelo UOL, além de certamente representarem apenas uma parcela das que se viram abandonadas por Bolsonaro, são o símbolo da desumanidade com que o atual governo trata os mais pobres. 

Bolsonaro e seus ministros desmontaram o sistema de assistência social criado nos governos do PT, permitiram a volta da fome antes mesmo da pandemia, e, depois, acabaram com o Bolsa Família e o Auxílio Emergencial sem nenhum estudo ou estratégia de transição, lançando as brasileiras e os brasileiros mais necessitados em completa insegurança e incerteza, em plena pandemia.

“A verdade sobre o que aconteceu na transição do Auxílio Emergencial para o Auxílio Brasil ainda está para ser apurado. Eram aproximadamente 44 milhões de benefícios, que caíram para 17,5 milhões. Quantas foram as excluídas e ainda se encontravam em situação de pobreza? Ninguém sabe!”, denuncia a economista Tereza Campello, ex-ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

“As famílias foram excluídas sem nenhuma chance de se cadastrar. Sem nenhuma transição. ‘CPF cancelado’! Muitas estão desesperadas nas portas das prefeituras, procurando os CRAS (Centros de Referência de Assistência Social)”, completa. E pior: procurando sem muitas chances de receberem apoio. É o abandono completo a marca do governo Bolsonaro.

Da Redação

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