Em reunião com conselheiro de segurança dos EUA, Lula defende mudança na governança global

Enviado do governo dos Estados Unidos convidou o presidente eleito para viagem ao país; os dois países concordam com a necessidade de reforma no Conselho de Segurança da ONU

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Lula com o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan. Foto: Divulgação

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, reuniu-se nesta segunda-feira (05/12), em Brasília (DF), com o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan. No encontro, Sullivan levou o convite feito pelo presidente Joe Biden para que Lula se encontre com ele na Casa Branca. De acordo com o ex-ministro Celso Amorim, Lula respondeu que é mais provável que a visita oficial ocorra logo após a posse, em janeiro de 2023.

Em entrevista após a reunião, Amorim também detalhou que o presidente e Sullivan trataram de diversos temas de interesse mundial, como as mudanças climáticas, a cooperação em desenvolvimento tecnológico e sustentável, e a reforma na governança mundial, incluindo no Conselho de Segurança da ONU.

“Presidente Lula lembrou o G20 como instrumento importante na área econômica logo após a crise de Lehman Brothers (em 2008). E Jake Sullivan recordou que o Brasil ocupará a presidência (do bloco) em 2024”, disse Amorim. De acordo com Amorim, há interesse do governo norte-americano em cooperar com o Brasil para fazer do G20 um instrumento importante de uma governança global, mais democrática e mais justa.

Em relação à reforma do Conselho de Segurança da ONU, o ex-ministro destacou que Sullivan relembrou discurso de Joe Biden de que reconhece a necessidade de reforma e de representação adequada, e mencionou a participação da América Latina e da África. “Biden já tinha mencionado a necessidade de mudar o Conselho de Segurança e o número de membros, como parte de uma mudança mais geral da governança global”, explicou.

Segundo Amorim, Sullivan acentuou a “importância da eleição democrática do presidente Lula, como importante para a democracia no Brasil, na região e no mundo”. E destacou a necessidade de “fortalecer a democracia na região de maneira positiva e boa para todos os lados através do diálogo”.

Outro tema abordado foi a guerra da Rússia com a Ucrânia e o interesse do governo dos Estados Unidos para o Brasil possa ajudar. “Jake Sullivan fez análise da guerra, das dificuldades e que os Estados Unidos desejam a paz. A guerra custa a todos.”

De acordo com o ex-ministro, Lula manifestou interesse em fortalecer o Mercosul e as instituições sul-americanas, e mencionou a importância da Unasul. Amorim disse que o presidente pretende realizar uma reunião em breve com os países da região e outra com os presidentes dos países amazônicos.

Do site do Gabinete da Transição

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