Lula acerta de novo: prévia do PIB contraria projeções e deve subir 2,41% no 1º trimestre
“Eu acho que a gente vai crescer mais do que os pessimistas estão prevendo”, alertou Lula, em abril. Fazenda revê previsão de crescimento em 2023 para quase 2%. “Foi para isso que a gente fez o L”, diz Humberto Costa
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O presidente Lula tem se mostrado um economista de mão cheia. Além de abrir um inédito e necessário debate nacional – e sair vencedor – sobre a importância de o Banco Central reduzir os juros para a atividade produtiva do país, recentemente, ele contrariou analistas ao apostar em um crescimento da economia acima do esperado. E tem obtido sucesso. Nesta sexta-feira (19), o Banco Central informou que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) registrou uma alta de 2,41% no primeiro trimestre.
O dado indica uma aceleração expressiva da atividade econômica já que, segundo o BC, no quarto trimestre do ano passado, o índice, espécie de prévia do PIB, apresentou uma retração de 1,65%. Trata-se da maior expansão desde o último trimestre de 2020, quando o indicador ficou em 3,93%. O resultado oficial será divulgado no início de junho.
Na prática, o crescimento do PIB em 2023 tem surpreendido especialistas, demonstrando que Lula estava certo. “Eu estou convencido que o país vai dar um salto de qualidade. Eu disse para o Haddad na semana passada que eu não concordo com as avaliações negativas de que o PIB vai crescer zero não sei das quantas, zero ponto um, de que o PIB não sei das quantas”, afirmou o presidente, durante uma reunião ministerial, no início de abril.
“Eu acho que a gente vai crescer mais do que os pessimistas estão prevendo”, apostou Lula, na ocasião. “Vai acontecer mais coisas no Brasil do que as pessoas estão esperando que vá acontecer. E vai depender muito, mas muito da disposição do governo”, ressaltou. Bingo.
Fazenda: PIB pode chegar a 2% em 2023
À época, analistas do mercado financeiro projetavam um crescimento de até 0,86% em 2023, em cenário otimista. O Ministério da Fazenda apostava em quadro mais positivo, de 1,6%. Na quinta-feira (18), no entanto, o ministro Fernando Haddad avisou que a pasta irá revisar suas projeções para cima.
Levando-se em conta a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), prevista para ficar em 5,6%, a Fazenda calcula que o PIB deve ficar em torno de 1,9%.
“ [O PIB] deve crescer perto de 2% neste ano segundo projeções da Secretaria de Política Econômica”, declarou Haddad. “A Secretaria está reprojetando o crescimento para 1,9%. O trimestre foi relativamente bom, surpreendeu os economistas e a gente entende que temos condições de fechar o ano com crescimento entre 1,8% e 2%”, afirmou.
Juros de Campos Neto atrapalham a economia
As projeções da Fazenda tendem a confirmar a aposta de Lula, mesmo considerando uma desaceleração no horizonte, causado pela insistência do presidente do Banco Central em manter a taxa Selic no nocivo patamar de 13,75%.
De fato, nem tudo são flores. Os juros de Campos Neto têm servido para travar investimentos, dificultar o crédito e, em última instância, impedir a geração de empregos. Enquanto isso, recursos que poderiam ser utilizados para investimentos no país são drenados pelo rentismo na forma de pagamento de juros da dívida pública.
A prévia" do PIB indicou alta de 2,41% no 1º trimestre deste ano. O dado mostra aceleração da economia no começo deste ano depois de queda do final do ano passado (-1,6%). É Lula fazendo a roda da economia voltar a girar! Foi para isso que a gente fez o L. pic.twitter.com/P6nFBqS6bp
— Humberto Costa (@senadorhumberto) May 19, 2023
Medidas do governo aquecem atividade
Que ninguém se engane: o surpreendente resultado da atividade econômica nestes primeiros meses de governo Lula, a despeito da Selic demolidora de Campos Neto, é efeito direto das medidas de estímulo ao setor produtivo e de programas sociais como o Bolsa Família, cujo pagamento médio bateu um recorde em maio: R$ 672,45.
As falas de Lula, portanto, não são um mero chute. Sua aposta está ancorada em políticas anticíclicas que funcionam como uma injeção de adrenalina em uma economia que andava moribunda. O aumento do salário mínimo acima da inflação, a correção da tabela do Imposto de Renda, o reajuste da merenda escolar, a retomada de obras de infraestrutura paralisadas, as linhas de crédito concedidas a micro e pequenas empresas, a volta do Programa de Aquisição de Alimentos são apenas algumas políticas que já começaram a transformar o tecido social brasileiro.
“É Lula fazendo a roda da economia voltar a girar! Foi para isso que a gente fez o L”, festejou o senador Humberto Costa, pelo Twitter, após a divulgação dos dados. Mais uma vez, sem diploma em Economia, Lula dá um banho em muito engravatado com formação em universidade estrangeira.
Da Redação, com G1