Com Lula, bancos públicos aprovam aporte recorde de R$ 56,4 bi a estados e municípios

Recursos superam soma dos quatro anos anteriores. “Dinheiro de banco público é para investir, gerar emprego e desenvolver o país”, disse o presidente, em evento no Planalto

Ricardo Stuckert

Lula: "Eu sou presidente e decidi que o BNDES é parte preponderante no investimento do desenvolvimento desse país"

O presidente Lula participou, nesta terça-feira (12), no Palácio do Planalto, da Cerimônia de Anúncio de Financiamento dos Bancos Públicos para Investimentos nos Estados. Ele afirmou que, em seu governo, essas instituições voltaram a ter protagonismo e destacou que, em 2023, as operações de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Banco do Brasil (BB) superam a soma dos quatro anos anteriores.

Em operações de crédito, por ente público, foram R$ 32,1 bilhões em 16 estados e R$ 24,3 bilhões em 805 municípios de 25 estados – R$ 56,4 bilhões no total. É uma realidade totalmente inversa ao retrocesso dos tempos de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, que, além de represarem financiamentos, venderam importantes ativos dos bancos públicos, como do Banco do Brasil e da Caixa, no início de um processo de privatização que estava planejado para ser concluído em 2023.

“Eu sou presidente e decidi que o BNDES é parte preponderante no investimento do desenvolvimento desse país, é parte preponderante da execução do PAC, o Banco do Brasil é preponderante, a Caixa Econômica, o Basa [Banco da Amazônia]. É para isso que existem bancos públicos, para fazer aquilo que muitas vezes a iniciativa privada não quer fazer”, disse Lula.

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Lula afirmou que todos os governadores e prefeitos do país que estiverem com as contas em dia têm o direito de pedir e receber financiamento de um banco público, independentemente do seu partido político. “O dinheiro do BNDES é para investir, para o empresário que quer investir, que quer gerar emprego, que quer pagar salário, é para desenvolver esse país. E isso é o que nós estamos fazendo aqui nesse gesto singelo”, sublinhou.

O presidente também criticou a situação de abandono enfrentada por estados e municípios durante o governo passado: “O ente federativo foi quase destruído nesse país. Eu nunca concebi alguém que queria administrar um país do tamanho do Brasil, com 27 estados e quase 6 mil municípios, sem levar em conta a existência desses entes federados. Eu nunca compreendi como é que era possível você querer governar sem conversar com aqueles que, junto com você, têm a responsabilidade de dirigir esse país”.

Segundo Lula, “são governadores eleitos, com o povo que votou em mim, os prefeitos idem; então nós vamos tratar todo mundo com muita cidadania, com muito respeito”.

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Ainda durante a solenidade, Lula voltou a afirmar que a economia brasileira vai crescer pelo menos 3% em 2023, contrariando as expectativas, e que os estados e municípios são parceiros nesse esforço. “Queridos governadores, tenham sempre em mente o seguinte: o governo federal quer compartilhar com vocês o sucesso do que acontecer nesse país e compartilhar o sucesso com governadores é a gente compartilhar as obras, compartilhar os financiamentos”, disse.

Financiamentos

Do total de R$ 56,5 bilhões em operações de crédito aprovadas pelos bancos públicos neste ano, R$ 18,2 bilhões são destinados pelo BNDES para os estados de São Paulo, Pará, Mato Grosso do Sul, Ceará, Santa Catarina, Espírito Santo, Maranhão e Sergipe.

Já a Caixa Econômica Federal aprovou operações de crédito no estado de Pernambuco, totalizando R$ 2,3 bilhões, e o Banco do Brasil, no Distrito Federal e em Pernambuco, no total de R$ 700 milhões.

Entre os objetivos dos investimentos, a área de saneamento recebe maior operação de crédito, com R$ 15 bilhões, seguida por mobilidade, com R$ 13,2 bilhões; infraestrutura urbana, com R$ 10,1 bilhões; multieixos, que inclui transportes, infraestrutura urbana e social, com R$ 5,5 bilhões; e transportes, com R$ 3,9 bilhões. Mais de R$ 23,5 bilhões em operações de crédito estão em andamento.

Da Redação, com site do Planalto

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