Razão dos erros na PNAD IBGE serão apuradas

Mesmo com correções, ministros ressaltam importância da redução da desigualdade, aumento da renda e acesso à educação

O governo federal irá investigar os erros cometidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na apuração da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD). Em coletiva de imprensa realizada na manhã deste sábado (20), em Brasília, os ministros Miriam Belchior (Planejamento), Marcelo Néri (Assuntos Estratégicos), Henrique Paim (Educação) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social) anunciaram as providências que serão tomadas diante do caso e analisaram as correções feitas no estudo.

De acordo com Miriam Belchior, serão abertas duas comissões para analisar os erros do instituto na divulgação dos dados. A primeira será composta por especialistas para avaliar a consistência dos dados da pesquisa e a segunda, de sindicância, irá investigar a apuração da pesquisa e os fatos ocorridos na divulgação das informações. “O governo ficou chocado com esse erro. Foi reconhecido pela equipe técnica que não foi feito um processo de checagem completa a pesquisa”, disse.

Tereza Campello elogiou a rapidez e a transparência do governo ao identificar os equívocos no relatório e tomar as providências necessárias. No entanto, segundo a ministra, os equívocos em dados específicos não devem descartar as tendências positivas identificadas no estudo, tais como o aumento do salário  e da renda, a formalização do trabalho e a redução da desigualdade em longo prazo.

“Mesmo com mundo em crise, o Brasil continua mantendo o crescimento da renda por dois anos consecutivos. A população pobre tem acesso não somente à renda, mas a bens e serviços”, disse a ministra.

Equivocadamente, a pesquisa havia divulgado na última quinta-feira (18), que o crescimento anual médio da renda per capta dos brasileiros havia chegado a 5,23%, em 2013. O dado correto, no entanto, equivale a 3,48% (um crescimento de 0,37 pontos percentuais em relação a 2012), com geração de 2,9 milhões de postos de trabalhos formais.

O tema foi comentado pelo ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Marcelo Néri. Segundo ele, mesmo com a correção, é preciso levar em consideração o aumento sustentável da renda no decorrer dos anos. “Houve crescimento de 3.48%, que é dois pontos acima do PIB per capta (1,4%). É um crescimento bastante expressivo”, afirmou.

Néri acrescentou ainda que o crescimento da renda registrado pela PNAD nos dois últimos anos contemplou todos os grupos da população e, especialmente, os 40% mais pobres.

Segundo o ministro, a PNAD que será divulgada em 2015 terá resultados mais promissores, pois vai considerar o ano de 2014, classificado por ele como o de maior redução da desigualdade. A novidade do estudo será a inclusão de dados sobre a educação profissional no Brasil. Com isso, será acrescida à pesquisa informações sobre a formação profissional técnica, que tem atendido especialmente jovens brasileiros, por meio de cursos oferecidos gratuitamente pelo governo federal.

Educação – Para o ministro da Educação, Henrique Paim, a pesquisa revelou avanços e melhorias no setor, com aumento da escolaridade para jovens entre 15 e 29 anos e para crianças em idade de alfabetização, entre 3 e 4 anos. “Se olharmos a escolaridade de jovens entre 15 a 29, nós fechamos a torneira do analfabetismo. Não estamos produzindo novos analfabetos”, disse.

De acordo com o ministro, isso tem sido feito a partir de políticas e investimentos nos estados e municípios, o que oferece mais igualdade de condições para as crianças, independentemente de sua origem social. A meta, segundo Paim, é universalizar, até 2016, o acesso à educação nessa faixa etária.

A PNAD revelou que, em 2013, a taxa de escolarização chegou a 81,4% entre crianças de 4 a 5 anos e a 98,4% entre adolescentes de 15 a 17 anos.

Confira as correções feitas na pesquisa aqui. 

 

Por Victoria Almeida, da Agência PT de Notícias.

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