Presidente da CUT defende trajetória e honestidade de Vaccari

Vagner Freitas defendeu honestidade do ex-tesoureiro do PT e declarou que prisão é ilegal

1º de Maio, dia de luta e celebração

O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, defendeu a trajetória política do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, em depoimento publicado nesta segunda-feira (8), no blog “A verdade sobre Vaccari“. O líder sindical defendeu Vaccari e o descreveu como “uma das pessoas mais honestas com quem convivi”.

Vaccari foi preso no dia 15 de abril por suspeita de recebimento de propina fruto do esquema de corrupção na Petrobras, deflagrada pela Operação Lava Jato, da Política Federal.

A defesa de Vaccari entrou com pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal. Na petição, o advogado Luiz Flávio D’Urso pede imediata revogação da prisão preventiva e a expedição do alvará de soltura. A defesa alega que já foi comprovada a absoluta legalidade da movimentação bancária de Vacccari.

A prisão do ex-tesoureiro do PT também foi questionada pelo presidente da CUT.

Leia na íntegra: 

João Vaccari Neto: uma liderança que marcou minha vida

Vagner Freitas, presidente da CUT, relata, em um depoimento emocionante ao blog “A verdade sobre Vaccari”, a importância desse líder sindical em sua trajetória

João Vaccari Neto é um dos companheiros mais solidários e generosos que conheci na minha vida. Vaccari é um homem de família. É um paizão, um grande marido e amigo de todas as horas. Cortou meu coração saber que ele foi avô e ainda não teve a oportunidade de conhecer o seu neto, um desejo que tem guardado há tanto tempo.

Vaccari é extremamente humano, justo e sensível. Quem não o conhece diz que tem cara de durão. É só aparência. O que não podemos negar é que ele tem personalidade e posicionamento fortes e, por isso, arrumou, ao longo da sua trajetória, muitas desavenças políticas. Ele é duro na política, pois é um homem de opinião, de posição e extremamente inteligente. Porém, nunca deixou que qualquer divergência política interferisse nas suas relações pessoais. E isso é uma das coisas que mais admiro no Vaccari. Ele nunca negou apoio político ou humano a ninguém, nem mesmo aqueles com quem teve fortes divergências política ou sindical. Vaccari não guarda rancor, ele é um ser humano justo.

Recordo-me de uma passagem em que ele me ensinou o seguinte: nunca abandone um companheiro. Era 1991. Entrei justamente nesse momento para a direção do Sindicato dos Bancários de São Paulo, quando formamos uma chapa para a disputa eleitoral. Um dos nossos companheiros, que tinha sido diretor do sindicato desde 1985, apoiou a chapa 2, de oposição, fazendo forte campanha contra nós. Vencemos a eleição e passado um tempo o Vaccari convidou esse mesmo companheiro para trabalhar com ele. E isso não é qualquer dirigente que faz. Somente um dirigente como Vaccari é capaz de ter atitudes como essas. E ele ainda dizia: “Vagner, nunca vire as costas para companheiros que sempre lutaram pelos trabalhadores. Quem esteve na trincheira e cumpriu tarefas, precisa ser respeitado”.

Assim como são as relações verdadeiras, também briguei muito com Vaccari quando entrei para o sindicato. Eu ia nas reuniões – e na época era um jovem radical que adorava fazer intervenções ideológicas – e Vaccari era sempre curto e objetivo. Ele não tinha muita paciência para discursos longos. Um dia virei para ele e perguntei: “Por que você corta as intervenções, não é socialista como diz?”. E Vaccari me respondeu: “Eu construo o socialismo diariamente. Eu não falo de socialismo, não filosofo. Eu construo o socialismo quando defendo e organizo os trabalhadores para enfrentar a burguesia. Vocês precisam parar de falar e começar a fazer. Vão para a base defender os trabalhadores”. Esse é o Vaccari.

E foi com ele que aprendi também a essência do conceito de honestidade. Ele é uma das pessoas mais honestas com quem convivi. Vaccari sempre teve o padrão de vida de acordo com a sua remuneração. Nada que fugisse à regra. Assim ele agia na sua vida pessoal e sindical. Vaccari sempre teve um respeito extraordinário pelos trabalhadores e o patrimônio dos trabalhadores que representava. Ele constantemente ressaltava: “Dirigente é apenas um preposto dos trabalhadores. Você só trabalha para os trabalhadores. É neles que você deve sempre pensar, é para eles que tem de prestar contas”.

Vaccari cunhou uma frase que me marcou como dirigente e foi mais uma das inúmeras lições que me deu. Lula acabava de ser eleito, em 2002, e Vaccari, nesse momento presidente do Sindicato dos Bancários, dizia: “sindicato é para ‘sindicatiar’. Quem está no governo que governe e quem está no partido que toque as atividades do partido. Nós vamos ‘sindicatiar'”. Ou seja, ele queria nos mostrar que nossa luta deve sempre se pautar pela defesa dos trabalhadores.

E o Brasil e os trabalhadores podem ter a certeza de que Vaccari não nos envergonha. Não há culpa nem tampouco prova contra ele. Vaccari é um preso político. Ele não fazia nada além do que era a sua função como tesoureiro do PT, que é arrecadar recursos oficiais para o partido. Vaccari está preso pelas conquistas que o Partido dos Trabalhadores teve nos últimos anos. Há uma necessidade da direita de destruir o PT e cassar o seu registro, pois, querendo ou não, o PT ainda é um importante instrumento de luta na defesa dos trabalhadores.

Deixo aqui registrada a minha solidariedade ao Vaccari, à sua esposa Gigi, à filha Nayara e a toda família que está sofrendo nesse momento. Vaccari é um guerreiro. Sei que ele é forte e está preparado para passar por esse momento difícil. Ele está preso ilegalmente e não está fora da briga. A justiça será feita e João Vaccari em breve estará entre nós para exercer novamente sua liderança e ser o pai de família e amigo que sempre foi.”

Da Redação da Agência PT de Notícias

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