Maioria dos brasileiros não confia na imprensa
Segundo pesquisa, apenas 4,8% confia na informação passada pela mídia
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Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), em parceria com o Instituto MDA, mostra que a imprensa brasileira tem a confiança de apenas 4,8% dos brasileiros. O resultado é visto como reflexo da descrença geral da população, cansada de receber notícias de forma tendenciosa de parte da mídia.
O levantamento mostra ainda que 13,2% confiam sempre no que a mídia publica, contra 21,2% não confiam nunca.
Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), a pesquisa é reflexo da visão crítica de grande parte da sociedade que, nas palavras dele, não aceita mais receber uma informação sem contestar ou buscar em outras fontes sobre os fatos.
“A maioria das pessoas sabe que a imprensa tem compromissos político e ideológico e por isso, a mídia tradicional traz uma interpretação mais tendenciosa e de acordo com seus interesses”, avalia.
Em relação ao PT e ao governo, o líder afirma ser “visível o movimento organizado de oposição por parte da mídia”.
O secretário Nacional de Comunicação do PT, José Américo Dias, ressalta que a imprensa brasileira nunca foi generosa com a sociedade e nunca se identificou com os anseios e sentimentos da população.
“A mídia sempre agiu em relação aos seus interesses monopolistas”, diz.
O petista afirma que a imprensa tem se pautado nos últimos anos por um “excesso de partidarismos e de ideologização”. “Alguns setores da mídia brasileira agem simplesmente pelos seus objetivos e interesses políticos e não se preocupam com a apuração dos fatos”, ressalta.
José Américo cita, como exemplo, o grande controle da mídia eletrônica e televisa por parte da Rede Globo e suas 114 afiliadas espalhadas pelo país. “Esbarrando na legislação atual, a Rede Globo controla suas afiliadas, que não produzem mais do que duas horas de material próprio, apenas repetem a programação diária da emissora”, garante.
Partidarizada, os veículos impressos repetem o comportamento, distante do sentimento e interesse do povo, além de monopolizar de forma “exorbitante” a informação.
O Instituto Lula divulgou na segunda-feira (20) uma lista em que expõe as ações golpistas e raivosas de parte da mídia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e cita casos como a afirmação do colunista Carlos Sardenberg, que atribuiu a Lula e à presidenta Dilma Rousseff a responsabilidade pela crise econômica na Grécia.
O ranking cita ainda a divulgação de que o ex-presidente teria atuado como lobista para a Odebrecht em Portugal, em uma reunião secreta. A matéria foi publicada pelo jornal “O Globo” em 19 de julho e desmentida pelo primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, no dia seguinte à publicação.
Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias