CUT estabelece agenda de diálogo, mas cobra mudanças

São temas agendados para o 12º congresso nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), de 13 a 17 de outubro, em São Paulo

Combater as ameaças a direitos conquistados, defender a pauta trabalhista e as instituições democráticas, como a manutenção do mandato da presidenta Dilma Rousseff. Essas são algumas das pautas do 12º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (Concut), que acontecerá de 13 a 17 de outubro, em São Paulo.

Para o secretário-geral da CUT e coordenador do 12º Concut, Sérgio Nobre, a perda da democracia impede avançar em direitos. Apesar das críticas ao governo, Nobre ressalta o posicionamento intransigente da CUT em defesa da legalidade.

“As nossas críticas não são para apear Dilma do poder, porque não tem elemento nenhum para isso. Isso é golpe, não tem outro nome. Também não estamos felizes com o governo, e deixamos isso muito claro. Podem ir à rua, se manifestar, mas têm de respeitar o mandato da presidenta”, declarou Nobre.

Uma das propostas a ser analisada pelos mais de dois mil delegados aguardados no Congresso é a de mudar a agenda discutida atualmente no País. De acordo com Nobre, um dos efeitos nocivos da Operação Lava Jato foi parar “a economia brasileira” e criminalizar empresas importantes.

“A agenda não é combate à inflação, é voltar a crescer. A crise começou na política, contaminou a economia e agora está contaminando o social”, disse Nobre.

De acordo com Nobre, a sociedade não se vê refletida num Congresso Nacional de perfil conservador que aprova o financiamento empresarial de Campanha. Pesquisa Datafolha, encomendada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), revela que 79% dos brasileiros acreditam que financiamento empresarial de campanhas estimulam a corrupção.

“O povo olha para o Congresso Nacional e não vê a sua agenda lá”, ressaltou Nobre.

Para o secretário de Políticas Sociais da CUT, Expedito Solaney, há uma inversão do governo em privilegiar a economia à política. Para Solaney, o País teria as condições de crescer caso fosse a política a orientar para onde a economia deve ir.

O secretário também criticou a oposição que se vale de qualquer expediente para derrubar um governo legitimamente eleito.

“Nenhum país merece uma elite dessa, que prefere quebrar o país, suas próprias empresas, para derrubar um governo e um projeto de país”, declarou Soleney.

Na avaliação do secretário-geral da CUT, os sistemáticos ataques de desqualificação institucional não são dirigidos apenas ao Partido dos Trabalhadores, mas também ao movimento sindical, cuja atenção deve ser redobrada no momento em que o dirigente da CUT, João Felício, foi eleito para a Confederação Internacional Sindical.

“É um cenário que nos preocupa”, lamentou Nobre, ressaltando que a ofensiva conservadora da direita não se limita apenas ao Brasil, mas vale para a América Latina.

Paridade de gênero – A 12ª edição do Concut vai inaugurar o conceito de paridade de gênero dentro da CUT, decisão tomada no congresso de 2012. Com a mudança, a executiva nacional da CUT passa a ter 16 mulheres e 16 homens e o mandato de dirigente passa de três para quatro anos. A secretária da Mulher Trabalhadora da central, Rosane da Silva, destacou o esforço conjunto para concretizar a mudança.

“Não tem sido uma tarefa só das mulheres. Tem um envolvimento e um compromisso coletivo pela paridade”, afirma.

O relatório da Comissão Nacional Memória, Verdade e Justiça da CUT, organizado pelo Centro de Documentação (Cedoc) da entidade, será apresentando durante o 12º Concut. Segundo Solaney, representante da CUT na Comissão Nacional da Verdade (CNV), há no relatório do Cedoc nomes de operários que não foram relacionados à lista da CNV.

““É uma forma de resgatar a memória da classe trabalhadora, que foi quem pagou mais caro no golpe e ao longo do regime militar”, explicou o secretário.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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