Dilma: Não tem sentido conduzir Lula “sob vara” para depoimento
Para a presidenta, condução coercitiva de Lula foi desnecessária, já que ele jamais se recusou a prestar esclarecimentos, sempre que convidado
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A presidenta Dilma Rousseff voltou a defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de entrega de unidades habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida, em Caxias do Sul (RS), nesta segunda-feira (7).
“Justiça seja feita: sempre o presidente Lula aceitou, ao ser convidado para prestar esclarecimentos, ele sempre foi. Não tem o menor sentido conduzi-lo ‘sob vara’ para prestar depoimento se ele jamais se recusou a ir. Nem cabe alegar que estavam protegendo ele. Como disse um juiz, era necessário saber se ele queria ser protegido porque tem certo tipo de proteção que é muito estranho”, afirmou Dilma.
Na última sexta-feira (4), com a deflagração da 24ª fase da Operação Lava Jato, a Polícia Federal conduziu o ex-presidente, que estava em sua casa em São Bernardo do Campo (SP), a uma unidade da polícia no Aeroporto de Congonhas para tomar o depoimento.
A presidenta também voltou a criticar o que classificou como vazamentos sistemáticos de depoimentos. “Além disso, no Brasil, nós temos assistido a vazamentos sistemáticos e esses vazamentos provam, a partir de um determinado momento, que não são verdadeiros, mas aí o estrago de jogar lama nos outros já ocorreu”, apontou Dilma.
“Eu acho que a gente não pode demonizar ninguém, nem pessoas, nem órgãos de imprensa, nem opinião diferente da nossa. Agora, temos de exigir o respeito para si e dar o respeito para os outros”, acrescentou.
Para Dilma, parte da oposição, inconformada com a derrota eleitoral de 2014, quer dividir o País e aprofundar a crise política que, segundo ela, intensifica o período de dificuldades econômicas por que passa o Brasil.
“Uma parte desse momento de dificuldades é devida à sistemática crise política que provocam no País aqueles inconformados que perderam as eleições e querem antecipar a eleição de 2018. A oposição tem o absoluto direito de divergir, mas não pode ficar sistematicamente dividindo o País. Não pode porque tem certo tipo de luta política que cria um problema sistemático não só para a política, mas também para a economia, para a criação de empregos, para o crescimento das empresas”, destacou.
“Um governo tem de querer a unidade dos brasileiros. Um governo governa para todos os brasileiros, não governa para uma parte da população”, disse a presidenta.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias