Aécio era o “mais chato” na cobrança de propina, diz delator

Tucano teria recebido R$ 300 mil da empreiteira UTC, empreiteira envolvida no esquema de corrupção na Petrobras

O presidente do PSDB e senador Aécio Neves era o “mais chato” na cobrança de propina junto à empreiteira UTC, empresa citada nas investigações da Operação Lava Jato como uma das que operacionalizavam o esquema de pagamento de propinas da Petrobras. 

A afirmação foi feita pelo delator Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará, em gravação em vídeo da delação premiada. Ele era o “entregador” do doleiro Alberto Yousseff. O vídeo foi divulgado pelo site do jornal “Folha de S. Paulo”, nesta quinta-feira (21).

De acordo com o delator, um diretor da UTC no Rio de Janeiro, com sobrenome Miranda, estava ansioso pela encomenda  e disse que o dinheiro estava “sendo muito cobrado”.

Ao ser questionado pelo transportador de propina, o diretor da UTC respondeu que Aécio era o destinatário do valor. Segundo Ceará, o diretor ainda declarou que o tucano era o “mais chato que tinha para cobrar”

De acordo com reportagem publicada no jornal “Folha de S. Paulo”, em dezembro, Aécio teria recebido R$ 300 mil da empreiteira UTC Engenharia, uma das citadas nas investigações como sócia do “clube” de empresas que operacionalizavam o esquema de pagamento de propinas.

Em agosto do ano passado, O doleiro Alberto Youssef reafirmou, em depoimento à CPI da Petrobras, que o ex-presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, e Aécio Neves receberam propina de desvios da Petrobras e de Furnas.

“Eu confirmo (que Aécio recebeu dinheiro de corrupção) por conta do que eu escutava do deputado José Janene, que era meu compadre e eu era operador dele”, esclareceu o doleiro.

Além disso, dois executivos da construtora mineira Andrade Gutierrez ouvidos no processo da Lava Jato, afirmaram, em acordo de delação premiada, Aécio estaria envolvido no esquema de corrupção. A Andrade Gutierrez foi a maior doadora de recursos na campanha do tucano à presidência em 2014. As doações somaram mais de R$ 20 milhões, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Da Redação da Agência PT de Notícias

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