Ameaçada de morte, ativista dos direitos humanos deixa o país

Defensora da descriminalização do aborto, Debora Diniz, entrou no Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos e teve que deixar o país

TV Brasil

Debora Diniz

A professora e antropóloga da Universidade de Brasília (UNB), Debora Diniz, tem sofrido diversos ataques e até ameaças de morte por defender a descriminalização do aborto até a 12º semana de gravidez. Ela teve de ser incluída no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos do Governo Federal e foi forçada a deixar o país, segundo noticiou o site El País.

Debora teme que sua história se torne comum para as militantes feministas devido a eleição de Jair Bolsonaro, que já mostrou, por diversas vezes, se opor a pautas que garantam os direitos das mulheres, além de fazer declarações que incitam o ódio.

“Orientadas por uma lógica religiosa messiânica, as políticas anunciadas pelo novo governo e a futura ministra [Damares Alves] colocam em risco os direitos das mulheres”, declarou Roberta em entrevista ao El País.

Apesar da descriminalização do aborto ser um tema bastante debatido, a pauta ainda encontra muita resistência no Brasil. A futura ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, em uma de suas fugas da realidade, falou sobre a possibilidade de uma “bolsa estupro” para mulheres que engravidem por consequência de violência sexual.

Antes do exílio forçado, Debora teve que se retirar de vários eventos no Brasil para escapar de manifestantes que a intimidavam.  Pessoas do seu círculo de relacionamento também sofreram ameaças.

“Chegaram ao ponto de cogitar um massacre na universidade caso eu continuasse dando aulas. A estratégia desse terror é a covardia da dúvida. Não sabemos se são apenas bravateiros. Há o risco do efeito de contágio, de alguém de fora do circuito concretizar a ameaça, já que os agressores incitam violência e ódio contra mim a todo o momento”, afirmou a antropóloga ao El País.

Uma rede em defesa de Debora foi criada na última quinta-feira (13), por advogados e juristas. O grupo pretende expandir o atendimento para outros ativistas ameaçados de morte.

“É um perigo constante defender posições no país que mais mata ativistas dos direitos humanos”, denunciou Diniz para o El País.

Da Redação da Secretaria Nacional de Mulheres do PT com informações do El Pais

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