Anne Moura | “Companheiras, reconstruir o país está em nossas mãos”

Nesta quinta-feira, 10, Anne Moura, secretária nacional de mulheres do PT, abriu o Encontro “Mulheres com Lula para Reconstruir o Brasil”. O evento contou com a participação de mulheres de mais de vinte entidades entre movimentos sociais, populares e sindicais, e representantes de seis partidos de esquerda e centro-esquerda (PT, PSB, PSOL, PCdoB, REDE e PV). Na ocasião, Anne Moura emocionou o público presente ao ressaltar a importância da luta das mulheres por meio das diversas organizações, na defesa da democracia, da liberdade de Lula e por um país justo, humano e igualitário.

Confira na íntegra:

Companheiras,

Quem diria… nós estamos aqui. Passamos pelo golpe, enfrentamos uma pandemia, fomos atacadas de todos os lados, de todas as formas pelo ódio, pelo fascismo, por esse governo genocida.

Mas não conseguiram nos calar. Estamos aqui reunidas, de cabeça erguida, prontas para reconstruir esse Brasil. 

E é com você, Lula, que gostaria de falar.

Em primeiro lugar, olhe bem para essas mulheres. E tenha a profunda certeza: você nunca esteve só.

Foram elas que estiveram ao nosso lado em todas as batalhas do último período, mulheres organizadas em movimentos populares, sociais e sindicais.

Elas que estiveram ao lado da presidenta Dilma durante o golpe; foram elas que acamparam na vigília de Curitiba, organizaram caravanas e ocuparam as ruas para defender a sua liberdade; resistiram bravamente contra os governos Temer e Bolsonaro e, a cada 8 de março, não abriram mão de lutar pelo Estado Democrático de Direito.

É como diz o ditado: quem está ao nosso lado importa mais do que a própria guerra.

Nós, mulheres do PT, e todas as companheiras de organizações aqui presentes não arredaram o pé um minuto de defender a sua honra, o seu legado e a verdade.

E hoje, estamos aqui para dizer que enfrentamos um período cruel e doloroso para as mulheres brasileiras.

A fome, o desemprego, o despejo, a miséria batem primeiro na porta das trabalhadoras: chefes de lares,mães, mulheres negras, indígenas, lbts, quilombolas, ribeirinhas, do campo,  da cidade, da floresta e das águas.

Cada uma com a sua forma de enfrentar a vida e garantir o sustento da família, está sendo atacada todos os dias pelo machismo, o racismo e um governo autoritário, genocida e negligente. 

Porque o alvo da violência fascista tem classe, tem cor, tem raça e tem gênero.

Milhares de vidas foram perdidas para a Covid-19, por causa de um governo irresponsável e negacionista. 

E mesmo assim… diante da conjuntura mais dura, brotamos resistência por onde passamos.

Em todas as pesquisas, as brasileiras rejeitam o fascista.

Em 2018, o PT elegeu a maior bancada feminina na Câmara Federal. Em 2020, elegemos mais mulheres no legislativo. E todos os partidos aqui presentes investiram em mais mulheres para seus pleitos. E sabemos que temos que que avançar. A violência política de gênero segui avançando tbm.

Estivemos nas ruas em todos os atos de resistência contra o governo, por democracia, comida no prato e vacina no braço.

E agora, em 2022, vamos levantar nossas vozes mais alto e mostrar ainda mais a nossa força. Como agora no 8 de Março.  

Não fomos nós que colocamos Bolsonaro no poder. Mas será pelas mãos das mulheres que ele vai cair. 

Aqui, somos mulheres, unidas e diversas, para reconstruir o Brasil e abraçar o futuro.

Um futuro de esperança que passa pela profunda compreensão de que só se constrói justiça social com igualdade de gênero e racial. 

E só é possível reconstruir esse país tendo as mulheres na centralidade das políticas de geração de emprego e renda, assistência social, combate à violência, direito à moradia, proteção da floresta, das águas e dos povos originários.

Porque um Brasil melhor para as mulheres é um Brasil melhor para todo mundo.

Companheiras, reconstruir o país está em nossas mãos!