Aproveitando a onda dos golpistas, CNI quer jornada de 80 horas

Em reunião com Michel Temer, empresário afirmou que iniciativa privada está ansiosa por medidas duras

Foto: Lula Marques/Agência PT

Em reunião com o presidente interino golpista Michel Temer (PMDB) e cerca de 100 empresários do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, afirmou que o Brasil deveria aumentar a jornada de trabalho do brasileiro para 80 horas semanais e doze horas diárias, seguindo o exemplo francês (na realidade, o modelo francês prevê 60 horas semanais).

Hoje, a jornada é de 44 horas semanais, mas a reivindicação dos trabalhadores é de que ela seja reduzida a 40 horas, com 8 horas diárias cinco dias por semana. No encontro, Andrade afirmou que para o governo melhorar a situação do déficit fiscal, serão necessárias “mudanças duras” tanto na Previdência Social quanto nas leis trabalhistas.

“Vimos agora o governo francês, sem enviar ao Congresso Nacional, tomar decisões com relação às questões trabalhistas. No Brasil, temos 44 horas de trabalho semanal. As centrais sindicais tentam passar esse número para 40. A França, que tem 36 passou, para a possibilidade de até 80 horas de trabalho semanal e até 12 horas diárias de trabalho (na verdade, são 60 horas semanais)”, afirmou no encontro.

Mais uma vez, os golpistas planejam por a crise na conta do trabalhador. Robson Andrade defendeu também a implementação de reformas trabalhistas. Para ele, o empresariado está “ansioso” para que essas mudanças sejam apresentadas “no menor tempo possível”.

Após a repercussão negativa das declarações, a CNI divulgou nota afirmando que o presidente jamais afirmou isso, e que a CNI tem profundo respeito pelos trabalhadores brasileiros e pelos direitos constitucionais, símbolo máximo das conquistas sociais de nossa sociedade.

Logo após a defesa do aumento de horas por parte da indústria, a internet reagiu à proposta. Para o deputado Pepe Vargas (PT-RS), resta, agora, propor o fim da Lei Áurea.

Veja aqui a íntegra da fala de Robson Andrade:

“Nós estamos ansiosos, na iniciativa privada, de ver medidas muito duras. Duras que eu digo, medidas modernas, mas medidas difíceis de serem apresentadas. Por exemplo, a questão da Previdência Social. Tem que haver uma mudança da Previdência Social, se não nós não vamos ter no Brasil um futuro promissor. As questões trabalhistas, nós vemos agora a França promovendo, sem enviar para o Congresso Nacional, tomando decisões com relação às questões trabalhistas.

Nós aqui no Brasil temos 44 horas de trabalho semanais. As centrais sindicais tentam passar esse número para 40. A França, que tem 36 horas, passou agora para 80, a possibilidade de até 80 horas de trabalho semanal (sic, são 60 horas) e até 12 horas diárias de trabalho. A razão disso é muito simples, é que a França perdeu a competitividade da sua indústria com relação aos outros países da Europa. Então, a França está revertendo e revendo as suas medidas para criar competitividade. O mundo é assim. A gente tem que estar aberto para fazer essas mudanças. E nós ficamos aqui realmente ansiosos para que essas mudanças sejam apresentadas no menor tempo possível”.

Da Redação da Agência PT, com informações da Agência Brasil

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