Associação mundial de jornalistas critica ataques de Bolsonaro à mídia
Organização compara Bolsonaro a Trump, criticando a hostilidade que promovem contra imprensa e a tentativa de deslegitimar informações contrárias ao governo
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O caráter antidemocrático de Jair Bolsonaro (PSL) já preocupa a Associação Mundial de Jornais e Publishers de Notícias, da sigla em inglês WAN-INFRA. Em nota, a organização criticou o clã Bolsonaro por bloquear jornalistas nas redes sociais e boicotar veículos de imprensa. Trecho do documento foi publicado pela Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (06)
A organização, que reúne 3 mil jornalistas e empreendedores de tecnologia ao redor do mundo, criticou a hostilidade que o governo e seus apoiadores promovem contra profissionais da imprensa. Eles também comparam Jair Bolsonaro ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmando que ambos se esforçam em “desacreditar o papel da imprensa na democracia”.
Em nota, a entidade afirma que “tais atitudes buscam criar um conflito com os fatos e minar a legitimidade da imprensa profissional”. E critica que “governos populistas e seus apoiadores têm encorajado o descrédito de qualquer narrativa que não vá ao encontro de suas visões de mundo.”
Um exemplo concreto do que diz a organização foi o linchamento virtual que a rede bolsonarista promoveu contra a jornalista do Estado de S. Paulo, Constança Rezende, que chegou a desativar seu perfil nas redes sociais. O ataque foi incentivado por Jair que publicou em suas redes sociais uma notícia falsa do site Terça Livre, produzida por uma assessoria de seu partido, o PSL.
Constança é filha do também jornalista Chico Otávio, de O Globo, autor de reportagens investigativas sobre as milícias do Rio de Janeiro. Nesse contexto, é importante destacar que não faltam indícios de envolvimento da família Bolsonaro com milicianos, alguns deles com familiares empregados no gabinete de Flávio, senador e ex-deputado estadual do Rio.
São recorrentes ainda as publicações de toda família acusando de falsas as informações que não os agradam, mesmo que estejam documentadas em páginas oficiais do governo.
As tentativas de boicotar o trabalho da imprensa começaram antes mesmo de ser empossado. No primeiro discurso oficial de Jair Bolsonaro após as eleições, pelo menos seis veículos foram barrados pela segurança e impedidos de participar da coletiva.
Da Redação da Agência PT de Notícias com informações da Folha de S. Paulo