Ato contra aumento da tarifa em São Paulo termina com repressão

População marchou pelo centro de São Paulo com palavras de ordem contra o aumento promovido por Doria e Alckmin

Pedro Sibahi

Ato contra aumento da tarifa reuniu mais de 5.000 no centro de São Paulo

Mais de 5 mil pessoas marcharam pelo centro de São Paulo na tarde de quinta-feira (11) em protesto contra o aumento da tarifa de ônibus, metrô e trem na cidade. O protesto organizado pelo Movimento Passe Livre contou com a presença de diversos grupos políticos e terminou com repressão da Polícia Militar (PM).

O valor das passagens na cidade subiu de R$ 3,80 para R$ 4 no último domingo (7), em um reajuste de 5,26%.

A concentração da manifestação começou em torno das 17h no Teatro Municipal, da onde o grupo saiu em passeata por volta das 18h30, passando pela prefeitura de São Paulo e pela Praça da Sé.

Os manifestante seguiram com gritos de ordem contra o aumento da tarifa, contra o golpista Michel Temer, o prefeito João Doria e também Geraldo Alckmin.

Mais de 400 policiais, dezenas de carros e motos da PM acompanharam a ação, além do Batalhão de Choque, que reprimiu os manifestantes ao final do ato.

Polícia Militar acompanhou ato contra aumento da tarifa de maneira agressiva

Sem relatos de violência ao longo do trajeto, com 4 quilômetros de caminhada, o ato terminou em frente à estação Brás do trem. Lá, os manifestantes foram barrados pela polícia, que começou a atirar bombas de efeito moral e e balas de borracha.

Para Francisco Bueno, uma das liderança do MPL, “temos um governador completamente envolvido em esquemas de cartéis do metrô e um prefeito que não conhece nenhuma realidade da população pobre de São Paulo, da realidade de São Paulo, da classe trabalhadora de São Paulo”.

“Aumentaram a tarifa que vai atingir diretamente a sobrevivência. A população vai passar um aperto maior economicamente, na renda familiar. Com esse aumento, quem pega duas conduções para ir e voltar do trabalho e ganha um salário mínimo terá que gastar 20% da sua renda com as tarifas. Quem pega integração chega a gastar 32% de sua renda com transporte”.

Bueno ainda destacou que “o aumento da tarifa vem junto com o corte do passe estudantil. Ele foi reduzido no ano passado a duas cotas de jornadas, de quatro conduções duas vezes por dia. Quem pegava ônibus tinha direito a 8 ônibus e 2 metrôs, a partir do ano passado os estudantes não tem mais direito ao passe livre, agora é só para ir à escola”.

Grupo do DCE da USP no ato contra o aumento da tarifa

“A gente chamou o bloco do DCE livre da USP para compor essa marcha porque a gente acha muito absurdo o que a prefeitura em conjunto com o governo do estado está fazendo”, relatou o membro do DCE da USP e estudante de Ciências Sociais, Davi Paraguai.

“Você aumenta o preço sem oferecer contrapartida para a população. O transporte fica mais caro e mais difícil das pessoas realizarem a locomoção. É uma atitude casada: junto com o aumento da tarifa vem os cortes das linhas dos ônibus. Lá na USP isso é uma pauta muito grande, porque diversos ônibus que passam lá foram cortados, com a desculpa de que a integração seria mais rápida, mas acontece o oposto, a integração é mais devagar. Além de mais caro, está mais lento”, completou’.

A advogada e militante do PT Maíra Pinheiro também estava no ato e afirmou que “o aumento da passagem é emblemático de uma gestão que se resume a marketing”.

“Quando era interessante, ele falou que não ia aumentar a tarifa e assim que ele pode, no segundo ano de mandato, ele restringiu o passe livre para estudante, ele diminuiu a merenda das crianças do ensino público municipal e ele fez uma série de medidas para restringir direitos e limitar o acesso da população que mais precisa de serviços públicos de qualidade, além de aprofundar o processo de privatização da cidade”.

Por Pedro Sibahi, da Agência PT de notícias

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast