BC bolsonarista faz novas vítimas: Mercedes e Scania anunciam cortes na produção
Juros de 13,75% de Campos Neto fizeram montadoras reduzir turnos pela metade. “Em razão de juros elevados e de dificuldades de financiamento, observou-se demanda ainda menor do que a esperada”, diz nota da Mercedes
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Por meio da política arrasa-quarteirão do Banco Central, Roberto Campos neto esforça-se para perpetuar o rastro de destruição deixado por Bolsonaro e Paulo Guedes no Brasil. Como no governo anterior, que causou o fechamento de inúmeras fábricas no país, Campos Neto ataca impiedosamente o setor automotivo. Na quinta-feira (5), a Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo (SP) divulgou nota com o anúncio de que irá cortar a produção de dois turnos pela metade. O motivo? Os juros criminosos de Campos Neto. No fim de março, a Scania, com sede na mesma cidade, já havia ido pelo mesmo caminho.
O mercado brasileiro, que se encontrava em retração por problemas no abastecimento global de semicondutores, passou por ainda mais dificuldade por causa da política deliberada de desindustrialização promovida por Guedes. Os juros reais mais altos do mundo, entregues por Campos Neto, terminaram, então, de fazer o serviço. A taxa de juros no mercado bateu 28,71% em dezembro de 2022, segundo a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef).
“No decorrer do primeiro trimestre, em razão de juros elevados e de dificuldades na concessão de financiamentos, observou-se uma demanda ainda menor do que a esperada para este ano”, justifica o comunicado da Mercedes-Benz.
“Conforme informado a Scania está ajustando o seu ritmo de produção à demanda de mercado”, antecipou-se a Scania, em nota divulgada na segunda-feira, 27. A Scania tinha cerca de 200 funcionários trabalhando no segundo turno de produção.
Férias coletivas
No caso da Mercedes, além da redução para um turno, estão programados para os próximos dias cortes nas semanas de trabalho. Desde o dia 3 de abril, parcela dos empregados de São Bernardo e Juiz de Fora está em férias coletivas, programadas para durar até 2 de maio.
“A situação foi agravada ainda mais pela falta de peças, pela antecipação das vendas em 2022 com o Euro 6, que é o conjunto de normas regulamentadoras sobre emissão de poluentes para motores diesel e, principalmente, em função da redução na produção de caminhões por falta de financiamentos, da queda no consumo e das altas nas taxas de juros em nosso país”, resumiu Carlos Caramelo, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, ao Grande ABC.
“Temos sentido reflexos da ausência de políticas específicas para o setor nos últimos anos”, queixou-se Caramelo. “Precisamos de políticas públicas que diminuam o impacto ou que gerem, além de uma cobertura social, trabalho e renda. Tudo isso passa por incentivos à economia, com crédito, linhas de financiamento específicas e, em contrapartida, a garantia de emprego”, apontou.
Da Redação, com Valor e o Grande ABC