Artigo: Um rastro de ódio e destruição, a herança do desgoverno Bolsonaro, por Paulo Cayres

Nos quatro anos de seu desgoverno, Bolsonaro implementou como política a destruição do estado nacional e de suas políticas públicas

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Durante quatro anos, o governo Bolsonaro insuflou, com sucesso, os seus apoiadores a exporem as piores características de uma parcela da população: preconceito, misoginia, racismo, ódio aos diferentes.

Nos quatro anos de seu desgoverno, Bolsonaro implementou como política a destruição do estado nacional e de suas políticas públicas. Nada escapou. Ele jogou no esgoto a imagem das forças armadas, cooptando uma parcela que com ele colaborou e deu apoio a seus desmandos. O exemplo mais acabado foi a péssima gestão da saúde durante a pandemia que resultou em quase 700 mil mortos e o acolhimento e proteção de bolsonaristas golpistas na frente dos quarteis, onde tramaram a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro de 2023 e todo o vandalismo que aconteceu nas semanas anteriores em Brasília.

Engendraram, tudo indica, com apoio internacional de uma poderosa máquina de desinformação produtora de mentiras em escala industrial que continua em plena atividade, atuando para manipular a opinião dos desavisados. Uma máquina de mentiras que criou para os bolsonaristas uma realidade paralela, quase impenetrável, onde sequer o escandaloso caso das joias das arábias, que podem estar relacionadas a negócios mal explicados conduzidos pela família Bolsonaro, é capaz de causar um pequeno arranhão.

A partir da quebra dos escandalosos sigilos impostos por Bolsonaro, o país começa a conhecer o tamanho do estrago produzido por ele e seus aliados. O processo de desperdício e destruição, a cada dia que passa, vai ganhando novos e estarrecedores fatos.

Na saúde, enquanto milhares de pessoas morriam vítimas da covid, 39 milhões de vacinas foram descartadas por perda de validade, mas não só, mais de 7 milhões de outras vacinas também perderam a validade. 1 milhão de canetas de insulina foram desperdiçadas, além de medicamentos de alto custo para diferentes tipos de doenças, todos descartados enquanto a população usuária ficava sem tratamento para suas enfermidades.

O saldo em vidas perdidas ou afetadas é imensurável, mas o prejuízo de recursos públicos perdidos é escandaloso, mais de R$ 2 bilhões. Mas nada disso afeta essa realidade paralela e os atos de ódio continuam.

Um bolsonarista invade a missa do padre Júlio Lancelotti em SP e o agride. Motivo: não se conforma com ação do religioso em defesa dos pobres e dos/as moradores/as de rua. É possível que se vivesse nos tempos de Jesus, esse bolsonarista estaria lado a lado com os algozes de Cristo, berrando pela liberdade de Barrabás.

Nada parece deter essas pessoas. Uma deputada apoiadora de Bolsonaro, Julia Zanatta, do PL de SC, publica em suas redes sociais uma imagem empunhando uma metralhadora e sugerindo em sua camiseta que o presidente Lula seja alvejado por tiros. Esse é apenas um dos casos, muitos outros exemplos estão disponíveis para quem quiser se informar. Tem sido comum a ameaça a pessoas que denunciam e combatem essas barbaridades.

Essas demonstrações de ódio e de preconceito só serão detidas se os responsáveis por elas forem processados e punidos/as com todo o rigor da lei. Assim como o descaso com o bem público precisa ser investigado e seus executores responsabilizados pelas mortes desnecessárias causadas e pelo desperdício de recursos públicos.

Mas não posso encerrar esse artigo sem mencionar outra herança destrutiva do desgoverno Bolsonaro. O Banco Central independente e a extorsiva taxa de juros praticada pelo seu presidente e seus diretores que têm por objetivo travar a economia, impedir o desenvolvimento social e o crescimento econômico, beneficiando o rentismo e prejudicando a maioria da população. Esta é mais uma bomba deixada por Bolsonaro para explodir contra o povo brasileiro.

Esse rastro de ódio e destruição tem que ser detido pelo bem do povo brasileiro.

Paulo Cayres é secretário Nacional Sindical do Pt e presidente da CNM/CUT

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