PT cria comitê em Lauro de Freitas para estimular o diálogo e o respeito entre as religiões

Encontro destacou a importância do diálogo inter-religioso, especialmente num momento de polarização e intolerância estimulada por autoridades públicas

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Prefeita Moema Gramacho fala no encontro que contou com representantes de várias religiões e de partidos políticos de Movimento Vamos Juntos pelo Brasil

Com uma reunião realizada na última quinta-feira (11) em que participaram representantes do PT, PSOL, PV e PCdoB e líderes de terreiro, igrejas católica e batista, um indígena pataxó e um sheik islâmico, mais a prefeita Moema Gramacho, vereadora Luciana Tavares e a presidenta da Câmara de Vereadores, Naide Brito, foi constituído o Comitê Inter-religioso de Lauro de Freitas. Promovido pelo Diretório Municipal do PT, através do setorial inter-religioso e Coligação Frente Brasil Popular, o encontro destacou a importância do diálogo inter-religioso, especialmente num momento de polarização e intolerância estimulada por autoridades públicas, como observou o coordenador nacional do setorial do PT, Gutierres Barbosa.

“A criação do comitê pluripartidário foi uma atividade muito importante, justo no dia simbólico da defesa da democracia e nesse momento de tragédia nacional, com o presidente e a primeira dama instigando a intolerância religiosa, o desrespeito às religiões, e propagando fake news. É importante fazer esse diálogo sabendo que cada religião tem o seu credo, porém temos algo em comum que nos une, que é a defesa da democracia, o amor ao próximo e a cultura da paz. Porque o que o Brasil está precisando, além de alimento na mesa das pessoas, é de amor e muita paz”, disse Gutierres.

Nigeriano, o sheik Alhaji Abdul Hameed Ahmad, líder religioso do Centro Cultural Islâmico da Bahia, defendeu a convivência fraterna entre os povos, respeitados os direitos humanos e as diferenças, e a necessidade de que a escola e a família estimulem desde cedo os indivíduos a olhar uns aos outros de maneira igual. O bispo Alisson Jeferson da Silva, pastor da Igreja Ministério Batista Zoé, ressaltou que o Brasil é um Estado laico, e que a palavra respeito vem do ágape: amor divino que não distingue ninguém. “Cada um tem uma forma e uma performance de encontrar Deus”.

“Queremos que todas as religiões nos ajudem, mas sem impor, respeitando a nossa diversidade”, disse o pataxó Matalawê, da Coordenação Estadual de Políticas para os Povos Indígenas, representante do território Barra Velha, no Extremo Sul da Bahia. Para ele, é impossível tratar do assunto sem pensar na pluralidade de uma nação que, há quase 500 anos, era formada por quase 10 milhões de pessoas – hoje reduzida a cerca de 700 mil – e que tem uma relação sagrada e especial com a natureza.

A reunião que marcou a criação do Comitê Inter-religioso de Lauro de Freitas também contou com as presenças de Ricardo Andrade, coordenador executivo da Secretaria Municipal de Políticas Afirmativas, Direitos Humanos e Promoção da Igualdade Racial (SEPADHIR), do Orooni – Rede Jovem do Candomblé e do Coletivo de Entidades Negras; padre Rogério Marcos da Silva, da Paróquia Santo Antônio de Portão; Mãe Maria Natividade – Mametu Kuangolô (Terreiro Unzo Mean Dandakunda Tombesi Filho) e dos presidentes dos diretórios municipais de Lauro de Freitas: Jones Carvalho (PT), Victor Leite (PSOL), Pablo Cabadas (PV) e Uilson de Sousa (PCdoB).

Coordenação do Setorial Nacional Inter-religioso do PT

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