Bolsonaro quebra outra promessa e não deve zerar fila do “auxílio picolé”

Técnicos do governo admitem que não deve ser possível atender a todos que têm direito ao Auxílio Brasil. Cerca de 350 mil famílias se inscrevem por mês para receber o benefício

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Programa de Bolsonaro está mais para "auxílio picolé": dura pouco, só até passar as eleições

Sem surpreender ninguém, Jair Bolsonaro acaba de quebrar mais uma promessa. Quando enviou ao Congresso Nacional a proposta oportunista de aumentar o Auxílio Brasil, entre outras ajudas que só valem até após as eleições, garantiu que ia zerar a fila de espera pelo benefício. Não vai.

É o que dizem os técnicos do próprio governo, segundo reportagem publicada nesta sexta-feira (22) pela Folha de S. Paulo. “Apesar dos bilhões de reais liberados para zerar a fila em agosto, técnicos do governo dizem não ser possível garantir que todos serão atendidos até o fim do ano, pois isso depende de como será a procura pelo benefício nos próximos meses”, informa o jornal.

Essa afirmação nada mais é do que o governo reconhecendo sua incompetência e desprezo pelos mais pobres. Depois de três anos e meio desmontando todo o sistema de segurança alimentar — reduzindo o salário mínimo, deixando os preços dos alimentos disparar, extinguindo programas e esvaziando os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) —, Bolsonaro decidiu lançar seu próprio programa de combate à fome.

Sem nenhum estudo, como alertou o PT inúmeras vezes, pôs fim ao Bolsa Família e ao Auxílio Emergencial de uma só vez e criou o Auxílio Brasil tendo como base dados ultrapassados, de mais de 10 anos atrás. Ou seja, o governo não fazia a menor ideia da situação do povo nem de quantas famílias precisavam de ajuda para não passar fome.

De maneira insensível, a turma de Bolsonaro apenas disse aos mais pobres que, se eles precisassem de ajuda, deveriam se inscrever Cadastro Único. E, desde então, mais e mais brasileiros fazem isso, mostrando ao governo o que se percebe facilmente nas ruas: dezenas de milhões de brasileiros passam fome.

Segundo a Folha, a cada mês, 350 mil famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza têm o cadastro aprovado e passam a ter direito ao Auxílio Brasil. Mas, pelo jeito, muitas ficarão só com a promessa de ajuda.

Humilhação na fila

Além disso, é possível imaginar que esse número deveria ser muito maior, uma vez que, em todo o país, as pessoas têm tido dificuldade de ser atendidas nos Cras. Semanas atrás, o jornal Correio Braziliense mostrou que famílias são obrigadas a dormir na fila para conseguir atendimento na capital federal (veja abaixo).

Essa triste situação mostra que Bolsonaro faz a pior forma de velha política. Ao longo de todo o mandato, desprezou os mais pobres e acabou levando o país de volta ao Mapa da Fome. Agora, perto das eleições, tenta comprar o voto do povo, mas descobre que programas sociais exigem planejamento e estudo.

Resultado: não vai conseguir atender a todos que precisam e ainda expõe as pessoas a humilhação de passar a noite na fila, ao relento, em busca de atendimento.

Da Redação

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