Bomba no aeroporto: assessor de Damares no ministério é preso pela PF

Um dos envolvidos na tentativa de explodir um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília, Wellington Macedo estava no Paraguai. Em 2019, ele trabalhou no Ministério da Mulher, comandado por Damares Alves

Reprodução/Redes Sociais

Wellington abraçado a Damares Alves e cumprimentando Jair Bolsonaro: terrorismo golpista

A Polícia Federal prendeu, na quinta-feira (14), o blogueiro golpista Wellington Macedo, um dos três condenados pela tentativa de explodir um caminhão de combustível no aeroporto de Brasília, na véspera do Natal de 2022. 

Assessor do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos em 2019, durante a gestão da hoje senadora bolsonarista Damares Alves (Republicanos-DF), o terrorista estava foragido no Paraguai.

Foram presos na mesma operação, realizada em conjunto com a Polícia Nacional paraguaia, Max Pitangui e Rieny Munhoz, acusados de participação na tentativa de golpe de 8 de janeiro. 

Segundo a CNN, o asilo provisório que os três receberam no país vizinho expirou, permitindo que as autoridades cumprissem os mandados de prisão emitidos pela Justiça brasileira. Mesmo foragido, Macedo foi condenado a 6 anos de prisão, em regime inicial fechado, e multa de R$ 9,6 mil.

Requerimento na CPMI

Ao tomar conhecimento da notícia, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) informou, durante a sessão de quinta-feira da CPMI do Golpe, que apresentaria requerimento para que o ex-assessor de Damares preste depoimento na comissão parlamentar de inquérito, como ocorreu com George Washington de Oliveira Sousa, o homem que fabricou a bomba.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, agradeceu o empenho e elogiou a eficiência da PF. “Agradeço ao trabalho da polícia do Paraguai na execução de importantes prisões de brasileiros acusados de crimes relativos ao 8 de janeiro e outros atos delituosos, a exemplo da bomba no aeroporto de Brasília. E mais uma vez homenageio a nossa Polícia Federal pela eficiência”, escreveu nas redes sociais.

Terror a serviço do golpe

A tentativa frustrada de explodir um caminhão no aeroporto de Brasília, um dia antes do Natal, deixou claro o quão determinados estavam os bolsonaristas a dar um golpe de Estado.

Como ficou claro no julgamento pelo Supremo Tribunal Federal dos três primeiros acusados de participação no 8 de Janeiro, o objetivo da turba golpista era criar um caos no país, forçando à decretação de uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem). Com isso, acreditavam, as Forças Armadas tomariam o controle do país e dariam início ao golpe de Estado.

Ao ser preso logo após o atentado frustrado, George Washington confessou que montou a bomba usando parte dos explosivos que já possuía e um detonador que lhe foi fornecido por um frequentador do acampamento em frente ao QG do Exército em Brasília. 

Hoje condenado a nove anos e quatro meses de prisão, George Washington montou a bomba e a entregou a Alan Diego, taxista de Mato Grosso que colocou o artefato no caminhão e, por isso, já foi condenado a cinco anos e quatro meses. Coube a Wellington Macedo levar Alan de carro até as imediações do aeroporto.

Por sorte, o motorista do caminhão percebeu a bomba, acionou a polícia e evitou o que poderia ser o maior atentado terrorista da história do país, uma vez que o caminhão transportava 63 mil litros de querosene de aviação e o aeroporto de Brasília estava muito movimento por ser véspera de Natal.

Relações bombásticas de Damares

Wellington Macedo não é o único golpista ligado a Damares Alves. Outro é o blogueiro bolsonarista Oswaldo Esutáquio, apontado como um dos principais articuladores do ataque às sedes dos Três Poderes. 

Ele não foi lotado no Ministério da Mulher de Damares, mas a assessorou durante a transição de governo e, depois, emplacou a esposa, Sandra Terena Eustáquio, como secretária de Igualdade Racial na pasta.

Completando o time de golpistas que gravitaram Damares, estão Renan Sena, preso por participar diretamente do atentado de 8 de janeiro, e Sara Giromini, conhecida também como Sara Winter, uma das líderes dos primeiros ataques ao Judiciário, presa em 2020 após ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal.

Enquanto Renan foi funcionário terceirizado do Ministério da Mulher durante a gestão de Damares, Sara Winter atuou como chefe da Coordenação Geral de Atenção Integral à Gestante e à Maternidade de abril a dezembro de 2019. A extremista ocupava um cargo de confiança vinculado à Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres da pasta.

Da Redação

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