Brasil ganha fábrica de biomedicamentos para o tratamento de câncer

Economia do governo nesses tratamentos chegará a 460 milhões em cinco anos

O Brasil vai produzir medicamentos com tecnologia inteiramente nacional para o tratamento de câncer e outras doenças. O acordo, assinado nesta quarta-feira (2), prevê a construção de um laboratório, uma fábrica e um centro de distribuição, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.

Por meio de um termo de cooperação assinado entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto Vital Brasil e o laboratório Bionovis, está previsto um investimento em torno de R$ R$ 550 milhões para os próximos três anos, gerando 150 empregos diretos. As obras serão financiadas pelo Banco Nacional do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Serão produzidos medicamentos a partir da manipulação de células vivas, conhecidos como biomedicamentos, para tratamento de câncer, artrite reumatoide e outras doenças degenerativas.

Os remédios serão vendidos ao Ministério da Saúde para serem distribuídos no Sistema Único de Saúde (SUS), rendendo uma economia para o governo estimada em mais de R$ 460 milhões de reais, em cinco anos.

O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, destacou que iniciativa representa um importante passo para o desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro. “Estamos fazendo com que haja evolução da produção, do investimento, da geração de empregos, da criação de tecnologia, mas direcionada para o que a população necessita”, disse Gadelha.

A Bionovis, formada em 2012 por uma associação entre os laboratórios SEM, Aché, Hypermarcas e União Química, com incentivo do governo federal, será a primeira empresa privada brasileira especializada em biomedicamentos.

O mercado mundial de remédios biológicos movimenta cerca de US$ 160 bilhões por ano. Por ser totalmente dependente de importações, o Brasil gastou US$ 6 bilhões em 2013 com esses insumos. Isso corresponde a 46% de todo o gasto do governo brasileiro com importação de medicamentos. No entanto, o produto representa apenas 4% da variedade de remédios adquiridos.

A previsão é que o laboratório de pesquisa e desenvolvimento fique pronto em até um ano, sendo possível lançar os medicamentos no mercado em no máximo três anos. Até 2021 a patente dos seis produtos fabricados devem ser transferidas integralmente para o Brasil.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (MS), Carlos Gadelha, afirmou que o mercado de biotecnológicos está em expansão e diz esperar que a fabricação no Brasil reduza os gastos do ministério. “Se aumenta quantidade, aumenta escala, reduz o preço e viabiliza a inovação”, disse.

Segundo ele, o Brasil é o quarto maior mercado de saúde no mundo, o que justifica tal investimento na área farmacológica, por seu caráter estratégico para a assistência à saúde. “Um Estado inovador precisa ter projetos fortes, musculatura e parcerias que viabilizem a produção em escala, o que amplia o acesso da população a medicamentos”, declarou.

 

Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias

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