Brasil tem dia marcado por atos contra o golpe e pela democracia

Convocados pela Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, protestos, trancaços e paralisações mostraram que o país não concorda com farsa do impeachment

Protesto na avenida Paulista. Foto: Paulo Pinto/Agência PT

Paralisações, trancaços de avenidas e rodovias, barreiras, protestos de ruas e ocupações. Em todo o Brasil, movimentos sociais mostraram, no Dia Nacional de Paralisações, que não aceitam o golpe em curso.

Convocados pela Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo, os atos ocorreram em dezenas de cidades em todos os Estados brasileiros.

Trabalhadores metalúrgicos, dos Correios, petroleiros, rodoviários, da construção civil, bancários, comerciários e professores, entre outros setores, realizaram atos em frente aos locais de trabalho para dialogar com os trabalhadores os riscos aos direitos trabalhistas de um possível governo Temer.

As principais avenidas e vias de grandes cidades também foram paralisadas. Em São Paulo, a Avenida 23 de maio, Ponte da Vila Maria, assim como a rodovia Marginal Tietê, Dutra, Anhanguera, Bandeirantes. No Rio de Janeiro, os trabalhadores dos Correios, Bancários e Petroleiros fizeram atos, este último na Refinaria Duque de Caxias.

Praça da Bandeira, em São Paulo. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Praça da Bandeira, em São Paulo. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A atuação nas bases, segundo o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, é para debater sobre os riscos à população caso o vice-presidente Michel Temer (PMDB) assuma o poder. “As propostas apresentadas por ele (Temer) no programa “Ponte para o Futuro” são um claro golpe no direito dos trabalhadores e um retrocesso na política social construída ao longo dos últimos anos no País. Por isso, as ações de hoje se concentram em dizer: o golpe é contra você, trabalhador”, afirma.

Trabalhadores fizeram atos por todo o estado de São Paulo, em cidades como Paulínia, no ABC, São Carlos, Sorocaba, Alumínio, Araçoiaba da Serra, Campinas, Guarulhos, Jundiaí, Itapeva, Itapetininga, Mauá, São Roque, Votorantim, entre outras.

Em Minas Gerais, os movimentos sociais pararam a BR 265, entre Salinas e Montes Claros, e a BR 040.  O ato foi realizado em frente ao trevo de Congonhas durante a madrugada, o que inviabilizou o funcionamento das mineradoras Vale, Ferrous Resources, Gerdau e CSN na região. Houve bloqueio também na BR 135, próximo a Buenópolis, norte de MG. Os trabalhadores da Liquigás fizeram um ato em frente ao Centro Operativo na sede da empresa em Betim. No Distrito Federal, movimentos paralisaram as BRs 020 e 070.

Ato em Brasília. Foto: CUT-Brasília

Ato em Brasília. Foto: CUT-Brasília

Na Bahia,  BR 324, a entrada e saída de Feira de Santana ficou ocupada pelos camponeses e camponesas do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) junto a militantes das centrais sindicais. A rodovia Itabuna/Ilhéus e a avenida Suburbana no sentido centro de Salvador também ficou fechada. Trabalhadores comerciários fizeram caminhada no centro da capital.

Em Pernambuco, a BR 101 Sul, próximo a fábrica da Vitarella, foi fechada também por movimentos que se organizam através da Frente Brasil Popular. No Piauí, várias trechos da BR foram fechados por manifestantes, sendo em Teresina na BR 316, Em Amarante na BR 343. Em Picos, o ponto de concentração foi na BR 316 e 407. Na rua Rio Branco, centro da Capital, aconteceu a terceira aula sobre democracia.

O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) paralisou as vias da Região do Alto Sertão Sergipano e da Região do Baixo São Francisco.

Em Rondônia, atingidos e atingidas por barragens militantes do MAB também participaram das mobilizações contra o golpe. Em Vargem Grande, no Maranhão, manifestantes ocuparam a BR 222. Em São Luiz (MA), também ocorreram trancaços em vias importantes da cidade.

Manifestantes sofreram forte repressão do Batalhão de Polícia de Choque, na BR 101, em Suape, em Pernambuco. A via ficou bloqueada desde às 6h desta terça.

Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte também fizeram mobilização contra o golpe. Em Mossoró (RN), professores estaduais ocupam a sede da Secretaria de Educação. Contra a perda de direitos trabalhistas, os trabalhadores rodoviários organizaram uma paralisação dos ônibus da capital, Natal, até às 12h.

No Sul, ocorreram manifestações no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande de Sul. Em Foz do Iguaçu, o Movimento Sem-Terra, junto com outros movimentos sociais, fechou a Ponte da Amizade e a Universidade Latino-Americana. Na capital, Curitiba, cerca de duas mil pessoas fizeram abraço simbólico no Banco do Brasil, da Praça Tiradentes, e na Caixa Econômica, na Praça Carlos Gomes. Já no Rio Grande, oito rodovias foram fechadas.

Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. Foto: Marcelo Pinto/Aplateia

Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. Foto: Marcelo Pinto/Aplateia

Em Santa Catarina também aconteceram fechamentos de rodovias.

No Mato Grosso do Sul, mesmo sob forte chuva, os movimentos sociais junto com as centrais sindicais pararam também rodovias antes das 8 da manhã.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Frente Brasil Popular

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