Canal estadunidense aponta Moro como “extrema direita”

Rede independente “Real News Network” apresentou programa explicando a condenação injusta de Lula no caso de Atibaia e a atuação política de Sérgio Moro

Fábio Rodrigues Pozzebom - Agência Brasil

A rede independente de notícias “Real News Network” apresentou um programa onde explica a segunda condenação de Lula pela escolhida do ex-juiz Sérgio Moro, Gabriela Hardt e ainda destacou que a juíza se recusou a ler qualquer tipo de defesa. O editor-gerente da Real News, Greg Wilpert, entrevistou o editor do site de notícias “Brasil Wire”, Brian Mier, que  é autor do livro “Voices of the Brazilian Left” (“Vozes da esquerda brasileira”).

Na entrevista, Mier afirma que Moro “construiu o caso com constante suporte do Departamento Americano de Justiça. Patrick Stokes voou a Curitiba algumas vezes. Eles utilizam táticas do Departamento de Justiça, principalmente baseando a condenação inteira em um acordo de delação, como o Departamento fez contra o Senador Ted Stevens em 2009 no Alasca, em caso que foi posteriormente anulado”.

Em outro momento, Wilpert questionou o editor do Brasil Wire sobre a “imparcialidade de Moro” e sua sucessora, Hardt. “Ela, de alguma forma, é melhor que ele?”, perguntou. Mier respondeu que “em primeiro lugar, Moro é um agente político da direita que está trabalhando em parceria com o Departamento Americano de Justiça, e o tem feito por anos. Ele não tem nenhuma imparcialidade”. Sobre Hardt, o editor comentou que “ela jogou fora 1146 páginas de evidências provando a inocência de Lula que foram submetidos pela defesa. Nem mesmo olhou para elas”.

Sobre o caso do sítio de Atibaia, Mier se mostrou perplexo com o fato do filho de um antigo amigo de Lula (Jacob Bittar), ter sido apontado como falso dono de um sítio que na verdade pertenceria a Lula, de acordo com seus acusadores. Ele considerou que a sentença contrariou toda a documentação do registro de imóveis que apontava Fernando Bittar como verdadeiro proprietário. Segundo editor da Brasil Wire, Lula foi condenado “porque passava os Natais lá com a família desde os anos de 1970”.

Outra pergunta de Wilpert revelaria o comportamento do Judiciário Brasileiro no caso de Lula: “Neste caso, Moro teve papel de investigador-chefe e promotor, além se ser o juiz. Isto soa muito estranho para o público nos Estados Unidos, onde esses papéis tendem a ser separados. Como isso funciona no Brasil, e como pode alguém como Lula ter um julgamento justo em tais circunstâncias?”

Mier respondeu que o Brasil “é um dos únicos, senão o único, a aplicar as leis como a Inquisição”. Essa foi a impressão do editor ao analisar todo o processo, desde a investigação até o julgamento. “Lula só terá chance de justiça com a mudança do regime”, concluiu o entrevistado.

Assista à entrevista na íntegra (em inglês):

Da Redação da Agência PT de notícias, com informações do GGN

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