Carlos Bolsonaro usa governo para comprar ferramenta de espionagem

Denúncia foi publicada pelo site UOL. Programa permite invadir celulares e computadores sem indicar responsável pelo acesso. Uso seria por 12 meses e bem no ano eleitoral

Site do PT

Episódio expõe disputa entre Bolsonaros e militares sobre controle da espionagem

Filho de Jair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) interferiu em um processo de licitação do governo federal para ter controle sobre uma poderosa ferramenta de espionagem, denuncia matéria do site UOL. Denominado Pegasus, o sistema possibilita a invasão de celulares e computadores sem indicar o responsável pelo acesso.

Fontes ouvidas pela reportagem contam que Carlos articulou com o ministro da Justiça, Anderson Torres, para que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Agência Brasileira de Informações (Abin) ficassem de fora do processo de contratação. O objetivo do filho do atual presidente, segundo essas fontes, é montar uma “Abin paralela”.

O UOL informa que a contratação daria direito a 249 licenças para uso do programa. Dessas, Carlos teria controle sobre 155, por meio de Anderson Torres. Chama a atenção o fato de que a licença de uso seria por 12 meses e de que o processo de licitação ocorre no ano anterior às próximas eleições gerais no Brasil.

O Ministério da Justiça negou que o Edital de Licitação nº 03/21 tenha o objetivo de adquirir o Pegasus. A pasta é desmentida pelas fontes da reportagem e pelo fato de que uma das empresas que apresentaram oferta, no valor de mais de R$ 60 milhões, é uma representante brasileira da empresa israelense NSO Group, dona do Pegasus, informa o UOL.

Também de acordo com o site, Carlos Bolsonaro trava uma disputa pelo controle de ferramentas de espionagem com a cúpula militar do país. “Em junho de 2019, em uma reunião sigilosa no Quartel-General do Exército, uma outra ferramenta, concorrente do Pegasus, foi apresentada a sete generais. (…) O encontro confidencial, porém, foi descoberto por Carlos Bolsonaro. Sete dias depois, o general Santos Cruz (então ministro da Secretaria de Governo) foi exonerado“, afirma a reportagem.

Da Redação

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