Comissão debate em audiência demissões de contratados de Furnas

Parlamentares questionam as demissões e querem saber como a empresa vai manter os serviços sem operadores e uma série de técnicos, eletricistas e engenheiros

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A Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados realiza audiência pública nesta segunda-feira (9), às 16h, para discutir a demissão de 1.041 trabalhadores contratados de Furnas. O debate atende requerimento dos deputados Alencar Santana Braga (PT-SP), Leonardo Monteiro (PT-MG) e Erika Kokay (PT-DF).

Os trabalhadores exercem atividades-fim em usinas e subestações em todo o Brasil, portanto, além dos custos com as demissões a estatal vai gastar com a contratação de terceiros para realizar o trabalho.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Energéticos de Campinas (Sinergia-CUT), as atividades de Furnas já estão comprometidas pela falta de funcionários e na lista de demitidos tem operadores, técnicos de manutenção eletromecânica e eletrônica, eletricistas do setor de transmissão, engenheiros e até médicos e enfermeiros.

Igor Henrique Israel Silva, diretor do sindicato e um dos trabalhadores de Furnas que podem ser afetados com os cortes, que têm previsão para acontecer a partir do dia 16 de dezembro, disse ao Portal CUT que a atual gestão, alegando motivos econômicos para os cortes, está sucateando o sistema para abrir caminho para a privatização.

“Desde que houve a iniciativa de privatização do sistema Eletrobras, no governo do ilegítimo Temer (MDB), foram realizados planos de demissão voluntária e, dia-após-dia, trabalhadores são demitidos”, diz o dirigente.

Como a estatal manterá os serviços é justamente uma das perguntas dos parlamentares que questionam as demissões e a falta de transparência da empresa estão fazendo. Eles lembram que, em outubro deste ano, a Eletrobras soltou um comunicado confirmando que Furnas gastaria mais de R$ 430 milhões no desligamento desses funcionários contratados, o que fazendo uma simples média, daria por volta de R$ 430 mil para cada funcionário.

“Quem não optasse por essa indenização seria demitido sumariamente recebendo apenas as verbas rescisórias. Outro ponto importante é que a empresa também não mais irá contratar os concursados que estavam contemplados no acordo”, observam os autores do requerimento para realização da audiência.

Passivo trabalhista

 

“O primeiro problema nessa questão é que o payback da operação está descrito como sendo de um ano e meio, porém como Furnas irá demitir todos estes contratados, ela precisará fazer uma contratação de serviços que ainda tem valores desconhecidos”, avaliam os deputados.

Para eles, além dos R$ 430 milhões ainda serão gastos outros valores para recompor as áreas essenciais de operação da empresa. “O segundo problema se dá pelo fato de que os concursados que estão na fila para serem chamados não mais serão e provavelmente ingressarão judicialmente aumentando o passivo da empresa”, observam.

Debatedores

 

Foram convidados para o encontro:

– representante do Coletivo Nacional dos Eletricitários, Wellington Araújo Diniz;

– representante da Sinergia Campinas/SP, Wilson Marques de Almeida;

– representante da Federação Nacional dos Urbanitários;

– representante da Associação dos Contratados e Ex Contratados e Prestadores de Serviços em Furnas Centrais Elétricas;

– representante do Ministério Público do Trabalho; e

– representante da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho.

Por CUT

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