Copom eleva Selic a 14,25%, maior patamar desde 2016

“O aumento para 14,25% traz consequências significativas: elevação da dívida pública, agravamento do endividamento familiar e comprometimento do crescimento econômico nacional”, alerta Humberto Costa

Beto Nocit-BCB/Site do PT

"O PT mantém sua posição crítica em relação à taxa Selic", disse Humberto Costa

Em comunicado emitido na noite desta quarta-feira (19), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu aumentar mais uma vez a taxa básica de juros, a Selic. A alta estipulada pelo Copom foi de um ponto percentual. Com isso, a taxa saltou de 13,25% para 14,25%, elevando a Selic ao maior valor desde outubro de 2016. Este é o quinto aumento aplicado, o que incide nas taxas de juros cobradas por instituições financeiras.

Em comunicado oficial, o Copom justificou a alta e avisou que um novo aumento poderá se seguir, a depender dos rumos da conjuntura econômica, na próxima reunião, marcada pra 6 e 7 de maio. “Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”, diz trecho do documento.

“O PT mantém sua posição crítica em relação à taxa Selic”, reagiu o senador e presidente do PT, Humberto Costa (PE), pela rede X, após o anúncio. “O recente aumento para 14,25%, já previsto pela gestão Campos Neto, em dezembro, traz consequências significativas: elevação da dívida pública, agravamento do endividamento familiar e comprometimento do crescimento econômico nacional”, alertou o senador.

O senador ponderou que espera que o colegiado interrompa em breve a trajetória ascendente da Selic para encerrar o arrocho monetário no país, para o bem do povo brasileiro. “Esperamos que o Banco Central inicie um novo ciclo de redução da Selic, para que o crescimento econômico e a geração de emprego e renda passem a ser mais expressivos, condizentes com as acertadas políticas que o nosso governo tem empreendido”, observou Humberto Costa.

Impactos sobre a economia

As mudanças na Selic levam de seis a 12 meses para fazer efeito na economia, com as influências chamadas de “horizonte relevante”. O resultado a curto prazo, entretanto, é um estreitamento no acesso ao crédito por parte da população nos próximos meses, especialmente a de baixa renda.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) alertou para os efeitos deletérios da Selic sobre a economia nacional, sobretudo quando se considera a taxa de juros real, aquela considerada sem a inflação prevista em 12 meses. “O nível atual da Selic, que implica taxa de juros real de 8,5% a.a. (3,5 p.p. acima da taxa neutra estimada pelo Banco Central), já tem impactado fortemente a economia, que apresenta desaceleração mais aguda do que a prevista, tanto pela CNI, como por diversos analistas econômicos”, alertou Ricardo Alban, presidente da CNI, em comunicado da entidade divulgado após o anúncio.

Os juros, de acordo com a CNI, “inviabilizam investimentos e dificultam o acesso a recursos de capital de giro essenciais para as necessidades do dia a dia [das empresas]. Com isso, as empresas crescem menos e criam menos empregos, prejudicando a população”.

Da Redação

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