CPMI do Golpe ouvirá ex-comandante da PMDF nesta terça-feira

Ao interrogar o coronel Fábio Augusto Vieira, parlamentares tentarão entender melhor a responsabilidade da cúpula da Polícia Militar de Brasília nos ataques de 8 de janeiro

Alessandro Dantas

Senador Fabiano Contarato fala durante sessão da CPMI: parlamentares avançam na identificação de autoridades que se omitiram em 8 de janeiro

A CPMI do Golpe poderá aprofundar as investigações sobre a responsabilidade da Polícia Militar do Distrito Federal nos atentados de 8 de janeiro. Na sessão desta terça-feira (29), os deputados e senadores da comissão ouvirão o coronel Fábio Augusto Vieira, que comandava a PMDF no dia do ataque aos Três Poderes. 

Vieira foi um dos presos em operação deflagrada pela Polícia Federal no último dia 18. Foram detidos também o coronel Klepter Rosa, que o havia substituído do comando da PMDF, e outros cinco militares da corporação. 

Os pedidos de prisão foram feitos pelo coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos (GCAA), Carlos Frederico Santos, a partir das investigações feitas pela Procuradoria-Geral da República sobre o 8 de Janeiro.

Em nota, a PGR afirmou que “os denunciados conheciam previamente os riscos e aderiram de forma dolosa ao resultado criminoso previsível, omitindo-se no cumprimento do dever funcional de agir”.

Preso pela segunda vez

Esta é a segunda vez que o coronel Vieira é preso. A primeira ocorreu em janeiro, logo após os atos terroristas. Agora, o conjunto de evidências de que ele e outras autoridades da segurança de Brasília colaboraram para a tentativa de golpe são mais robustas.

Como o próprio ex-secretário de Segurança do DF Anderson Torres admitiu na CPMI, a responsabilidade pela segurança da Esplanada dos Ministérios e da Praça dos Três Poderes era da PMDF e havia um planejamento muito detalhado sobre como a polícia deveria agir. 

O plano, no entanto, acabou ignorado por Vieira e seus subordinados diretos. Entre as sabotagens já identificadas, estão o uso de policiais pouco experientes naquele dia e a determinação de que as tropas ficassem de sobreaviso (em casa) e não de prontidão (nos batalhões).

Na quinta-feira (31), será a vez de a CPMI ouvir o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional.

Da Redação

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