Dilma reafirma papel dos bancos públicos em carta a bancários

Presidenta diz que bancos públicos foram relegados ao papel de meros coadjuvantes nos governos do PSDB, o que levou a arrocho salarial, demissões e privatizações dos estaduais

Porto Alegre - RS, 04/10/2014. Dilma Rousseff durante a caminhada no bairro Cidade Baixa. Foto: Ichiro Guerra

A defesa dos bancos públicos, a valorização dos bancários e os aumentos salariais são temas centrais da carta aberta da presidenta Dilma Rousseff aos bancários dos bancos públicos, em resposta a documento da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e demais entidades bancárias, entregue dia 15 de outubro.

Dilma ressalta a recuperação dos bancos públicos como agentes que atuam em favor do País e que o primeiro passo dos governos petistas  foi o de garantir a valorização dos bancários, com aumentos salariais e do valor da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a preservação do emprego e mais contratações.

Segundo a presidenta, nos governos do PSDB, os bancos públicos foram relegados ao papel de meros coadjuvantes do sistema financeiro privado. Esse modo tucano provoca arrocho salarial, demissões e privatizações como as que ocorreram com os bancos estaduais.

Para Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, a carta da presidenta Dilma firma compromissos como a ampliação do crédito, a manutenção do emprego, o fortalecimento do crédito rural através do Banco do Brasil e a manutenção da Caixa Econômica como executora dos programas sociais.“Fortalecer e acreditar nos bancos públicos, é fazer uma política para toda sociedade. Políticas que geram emprego, renda e inclusão social”, diz Cordeiro.

Por Marcos Paulo Lima, da Agência PT de Notícias

Confira a carta completa da presidenta Dilma Rousseff aos bancários dos bancos públicos:

Carta Aberta aos Trabalhadores dos Bancos Públicos Federais
Minhas caras e meus caros trabalhadores dos Bancos Públicos Federais,É com satisfação, carinho e confiança que me dirijo a vocês.

Satisfação por termos cumprido, desde o primeiro dia de governo do Presidente Lula e em todo meu governo, nosso compromisso com o fortalecimento dos bancos públicos. Recuperamos a capacidade do Banco do Brasil, da Caixa, do BNDES, do BNB e do BASA de atuar em favor do Brasil.

O primeiro e fundamental passo foi a valorização dos bancários, recuperando o valor dos salários com aumentos reais, aumentando o valor da PLR, preservando o emprego e aumentando o quadro de funcionários, restabelecendo direitos que foram retirados dos trabalhadores por governos anteriores e incorporando reivindicações do movimento sindical.

Tenho um carinho especial pelos bancos públicos que, nos últimos 12 anos, encontraram um caminho de agentes de políticas públicas, em que se combinaram a atuação no mercado e o seu papel social. O comportamento dos bancos públicos na crise em 2009 foi exemplar, quando, por orientação do Governo Federal, forneceram crédito em grande volume para que a sociedade brasileira mantivesse a atividade econômica e o nível de emprego.

Enquanto os bancos privados reduziam o crédito e encareciam seu custo, os bancos federais aumentaram os recursos disponíveis e permitiram a continuidade da geração de emprego e renda.O protagonismo dos bancos públicos é inegável e os avanços da economia brasileira nos últimos 12 anos tiveram nestas instituições um grande suporte financeiro.

É esse o modelo que defendemos, ao contrário do modelo tucano que relegou os bancos públicos a meros coadjuvantes do sistema financeiro privado, deixando a atividade produtiva à mercê de extorsivas taxas de juros. Sabemos onde vai dar esse caminho equivocado: demissão, arrocho e, por fim, privatização, como ocorreu com os bancos estaduais no passado.
Acreditamos que há espaço para todos, dentro de uma concorrência saudável e com papéis complementares. Mas o Brasil não pode abdicar do potencial indutor da economia que têm os bancos públicos. O que seria do crédito agrícola sem o Banco do Brasil?
Como poderíamos incentivar a construção civil e a construção de moradias sem a Caixa? Como financiaríamos obras de infra-estrutura, de suprimento de energia e em apoio aos investimentos das indústrias sem o BNDES? Como incentivaríamos o desenvolvimento regional sem o BASA e o BNB? Programas como o Minha Casa Minha Vida, Pronaf, FIES, Bolsa Família, o desenvolvimento regional sustentável, a inclusão digital, os investimentos em infraestrutura como os VLTs, BRTs, aeroportos, hidrelétricas, energia eólica, somente têm sucesso com o apoio operacional e o financiamento dos bancos públicos.
Tenho confiança de que estamos no caminho certo em nosso compromisso com o fortalecimento dos bancos públicos, que são indispensáveis para a economia brasileira e um patrimônio da sociedade.

Juntos, bancos públicos, seus funcionários e o Governo Federal, fizemos muito, e faremos muito mais. Deixo aqui meu abraço e peço o seu voto para que possamos, juntos, fortalecer ainda mais os bancos públicos brasileiros e os seus funcionários.

Dilma Rousseff

PT Cast