Dilma rebate acusações da hipotética delação de Delcídio

A presidenta também repudiou o vazamento ilegal dessa suposta delação e comprovou que as denúncias não trazem nenhum elemento concreto

Presidenta Dilma durante pronunciamento. Foto Lula Marques/Agência PT

Em declaração à imprensa na tarde desta sexta-feira (4), a presidenta Dilma Rousseff reafirmou seu inconformismo com a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e reiterou seu o inconformismo com o vazamento ilegal dos termos de uma hipotética delação premiada do senador Delcídio do Amaral.

“Manifesto a minha indignação com os termos das denúncias que teriam sido tomadas nessa delação. Acredito ser lamentável que ocorra ilegalmente o vazamento de uma hipotética delação premiada que, se chegou a ser feita, teve como motivo único a tentativa de atingir a minha pessoa e o meu governo”, afirmou Dilma

Segundo ela, em 2014, prestou informações detalhadas à Procuradoria Geral da República a respeito dos fatos relativos à aquisição da refinaria de Pasadena pela Petrobras. “Essas informações foram exaustivas e embasadas em atas de reunião do Conselho de Administração da Petrobras”, conta a presidenta, ressaltando que, com base nesses documentos, o procurador geral da República, Dr. Rodrigo Janot, determinou o arquivamento da investigação.

“Observem que nas declarações atribuídas ao senador Delcídio Amaral, nenhum elemento concreto, nenhum elemento novo foi apresentado de forma a propiciar qualquer alteração a cerca dessa compreensão firmada pelo senhor procurador geral. Recorda-se, ainda, que o senador Delcídio Amaral não integrava nem a Diretoria Executiva nem o Conselho de Administração da Petrobras à época”, ressaltou Dilma”, ressaltou.

Operação Lava Jato

Dilma também rebateu as denúncias na hipotética delação de que ela teria feito gestões junto ao poder judiciário para mudar os rumos da Operação Lava Jato. Delcídio teria afirmado que a presidente tentou negociar diretamente a nomeação de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para conseguir a libertação de investigados que se encontravam presos preventivamente.

“É importante destacar que eu nomeei 16 ministros do STJ e cinco ministros do Supremo. E que na turma na qual ele se refere tinham três ministros nomeados por mim. Um deles votou a favor, os outros dois votaram contra. Então é absolutamente subjetiva e insidiosa a fala do senador, se ela foi feita”, afirmou.

Dilma destacou que o ministro Marcelo Navarro, o presidente do STJ, Francisco Falcão, e os desembargadores Newton Trisotto e Nelson Schaefer, “negaram peremptoriamente a existência de quaisquer tratativas do governo a respeito. A afirmação atribuída ao senador assim restou claramente desmentida”.

“Eu quero declarar que jamais falei com o senador a esse respeito. Aliás, do ponto de vista institucional, não teria nenhuma razão de pedir ao senador para conversar com um juiz que, até porque não é um senador participa dos processos de nomeação de ministros, nem do STJ nem tampouco do Supremo”, completou.

CPI dos Bingos

A suposta afirmação do senador Delcídio de que o encerramento da CPI dos Bingos teria sido feita para beneficiar a campanha presidencial de Dilma foi desmentida pela própria temporalidade, como afirmou a presidenta.

“Essa afirmação não precisa de testemunhas para ser desmentida. Ela se desmente pela própria temporalidade, pelos fatos, os dados, o tempo. A CPI dos Bingos teve início em 29 de junho de 2005. E foi encerrada em 20 de junho de 2006. Ou seja, ela foi aberta praticamente a uma semana da minha posse como ministra chefe da casa civil e minha indicação à Presidência da República. Sem dúvida, ninguém em 2006 tinha a possibilidade de supor que eu seria candidata indicação à Presidência da República e antever essa situação. É, portanto, descabida, é portanto absurda qualquer associação entre o encerramento dessa CPI com a minha campanha eleitoral de 2010”, finalizou.

Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias

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