É preciso aumentar a participação do povo na democracia

Quinta e última mesa de debates do Plano Lula de Governo recebe Plataforma para debater novos caminhos para fortalecer participação popular no Brasil

Joka Madruga

Mesa de debate sobre Plano Lula de Governo e Plataforma Vamos

A série de debates do Plano Lula de Governo com diversas frentes populares teve seu quinto e último encontro realizado nesta quinta-feira (21) na Vigília Lula Livre, em Curitiba, e teve como tema “Democratização do Estado: da Reforma Política à democratização do Judiciário” com a participação de Alana Moraes e Juliano Medeiros da Plataforma Vamos!.

A exemplo do que culminou na iniciativa O Brasil que o Povo Quer, ferramenta primordial para coletar dados e propostas para a elaboração do Plano Lula de Governo, a Plataforma Vamos também tem servido de canal de diálogo para a formatação do plano de governo do pré-candidato à Presidência Guilherme Boulos, do Psol.

Renato Simões, um dos coordenadores do Plano Lula de Governo e principal intermediador das mesas realizadas desde a apresentação oficial das propostas do PT para tirar o Brasil da crise no dia  24 de abril, faz balanço positivo dessa troca constante de ideias e propostas.

“Nesta quinta e última mesa, a gente optou por realizar este debate em programático novamente em praça pública para trazer ainda mais luz sobre o futuro do Brasil. É muito importante manter essas conversas em diversas frentes populares”, avalia. 

Simões, no entanto, acredita que a luta contra os retrocessos impostos ao país pelo governo ilegítimo de Michel Temer será árdua. “No Plano Lula de Governo temos debatido alguns pontos importantes e um deles é que é possível recuperar a democracia no Brasil sem barrar ou revogar tudo o que fizeram até agora. É impossível governar o Brasil sem revogar as medidas que o governo que está aí realizou. Mas precisamos realizar plebiscitos, referendos ou qualquer outra iniciativa que tenha a participação do povo para permitir que isso aconteça”, indica Simões. 

Para Juliano Medeiros, é urgente a necessidade de “repensar os erros e melhorar aquilo que já foi feito de positivo. Estamos construindo um novo campo político da esquerda”. resume.

Medeiros espera que esta troca de ideias seja permanente e se estenda para além das eleições de outubro. É importante estimular este espaço de troca de ideias. A nossa democracia não pode se resumir a ir pra urna de dois em dois anos apertar um botão. Tem que ser uma democracia de alta intensidade em que o povo se manifeste permanentemente”, declara. 

Medeiros vê com otimismo o fato de PT e Psol terem seus próprios pré-candidatos à Presidência e ainda estarem alinhados ideologicamente: “Nós do Psol temos uma base programática própria, mas que está alinhada com os demais partidos da esquerda, sobretudo o PT. A reforma agrária, por exemplo, é uma luta que também é nossa”. 

Alana Moraes (Museu Nacional-UFRJ) corrobora da opinião de Medeiros e complementa que é preciso levar a política para a vida cotidiana do povo brasileiro. “A gente pode voltar a falar de política enquanto a gente borda, preparamos a nossa refeição. Nesta correria de lutas são raros os espaços para pensar e refletir as nossas ideias”, diz. 

Alana também opinou sobre a tendência conservadora que tem tomado conta do mundo. “Desde o final da Guerra Fria este atual modelo de democracia nunca esteve tão questionado. O neoliberalismo está juntando forças reacionárias e conservadoras com forças muito modernas do capital. Então temos pela primeira vez forças modernas com muito atrasadas. São democracias que cada vez mais desprezam a soberania popular. No Brasil temos um governo aprovado por 2% da população, ou seja, sem a participação popular,  e que tem imposto uma série de retrocessos ao país”, lamenta. 

Para conter tais retrocessos, prossegue Alana, é preciso que a esquerda faça auto-crítica e repense a maneira de se fazer democracia no Brasil.  O que a gente está discutindo muito no nosso programa é a democracia direta para intensificar os conselhos para usa-los nos nossos bairros, nas nossas cidades”, conclui. 

Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias

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