Economia pós-golpe destrói empresas e empregos

“Nos preparamos para um Brasil que não veio”, resumiu o gerente Industrial da Duratex S.A., dona da Deca

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Abrir mão da democracia e de direitos em nome da “recuperação da economia”: a aposta neste conto do vigário está custando caro a quem não é dono de banco nem vive de renda. Que o digam os trabalhadores da Ford, em São Bernardo do Campo (SP), da Deca/Duratex, em São Leopoldo (RS), da Nestlé, em Palmeira das Missões (RS) e da peso pesado Bardella, de São Paulo, uma referência de empresa nacional de bens de capital.

Os cinco anos de crise econômica vividos pelo País — em grande parte, consequência de boicotes, pautas bomba e desmonte de empresas em nome do “combate à corrupção — estão cobrando seu preço.

Incerteza

A montadora Ford, a fabricante de louças sanitárias Deca, a gigante de alimentos Nestlé e a fabricante de equipamentos para a indústria de óleo e gás Bardella são apenas algumas das empresas que estão fechando unidades e demitindo trabalhadores neste cenário de estagnação econômica.

A incerteza que aflige os contingentes de trabalhadores da Ford (3 mil, mais 1.500 terceirizados), da Deca (480), da Bardella (260) ou da Nestlé de Palmeira das Missões (18) é a mesma compartilhada por 13 milhões de desempregados, 6,4 milhões de subocupados, 8,1 de desalentados — gente que nem procura mais emprego —, segundo os números mais recentes do IBGE.

No pedido de recuperação judicial apresentado pela Bardella à 9ª Vara Cível de Guarulhos (SP), são apontados como responsáveis pela deterioração das condições da empresa a crise econômica que o país enfrenta e os efeitos da Operação Lava Jato

Um Brasil que não veio

“Nos preparamos para um Brasil que não veio”, resumiu o gerente Industrial da Duratex S.A, dona da Deca, Eduardo Donizete Carobeli, ao confirmar o fechamento da empresa, em junho. Ele atribuiu o fim das operações da Deca em São Leopoldo ao drástico desaquecimento do setor de Construção Civil, entre outros fatores.

A Deca mantém as unidades de João Pessoa (PB), Cabo de Santo Agostinho (PE), Queimados (RJ) e Jundiaí (SP).

A Ford de São Bernardo fechou as portas em junho, por não encontrar “um caminho viável para um negócio lucrativo e sustentável”, como explicou a empresa em nota oficial.

O fechamento da fábrica de leite longa vida da Nestlé em Palmeira das Missões parece um grão de areia no universo da crise, já que a planta contava com apenas 18 empregados. Mas é importante lembrar que a unidade já respondeu por quase 10% da arrecadação ICMS do município de 35 mil habitantes, a 400 km de Porto Alegre.

Lava Jato

Já a Bardella, empresa de bens de capital, entrou em recuperação judicial no final de julho, após 108 anos de atividade. A empresa fabrica equipamentos para setores industriais, como a cadeia de óleo e gás e, nos últimos três anos acumulou dívidas de R$ 387 milhões.

Segundo a empresa, a crise que ameaça encerrar mais de um século de atividades resulta, em grande parte, da quebradeira no setor de óleo e gás. No pedido de recuperação judicial apresentado pela Bardella à 9ª Vara Cível de Guarulhos (SP), são apontados como responsáveis pela deterioração das condições da empresa a crise econômica que o país enfrenta e os efeitos da Operação Lava Jato.

Por PT no Senado

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