Edinho alerta para chegada de 3ª onda violenta da Covid-19
Prefeito de Araraquara amplia prevenção e diz que interior de SP pode ser atingido pela nova onda de Coronavírus. Cidades registram aumento de casos e Brasil tem 1ª contaminação por cepa indiana
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O prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), alerta para a chegada da 3ª onda da Covid-19, que “será violenta” e pode atingir todo o interior do Estado de São Paulo. Com gestão modelo na prevenção de medidas contra a doença, o petista editou decreto com novas regras para frear o avanço do Coronavírus no município e propõe pacto social para controle da pandemia.
Edinho intensifica também medidas para testagem e rastreio de casos da Covid-19. “Nós temos que aumentar os nossos cuidados e o nosso rigor. Ampliamos as equipes de testagem, de rastreio de comunicantes e de bloqueio. E continuamos trabalhando muito no hospital de campanha, no Pronto-Socorro do Melhado e na UPA da Vila Xavier. Queremos que você faça sua parte. Não vamos permitir que Araraquara seja obrigada a parar novamente”, afirmou Edinho em transmissão pelas redes sociais.
O prefeito determinou que as atividades econômicas voltarão a ser paralisadas caso a taxa de contaminação chegue a 30% nos exames realizados entre sintomas por três dias seguidos, ou cinco dias alternados. Ou ainda, caso atinja 20% nos testes feitos no município.
O alerta de Edinho não se restringe a Araraquara, mas a todo o interior do Estado de São Paulo, que sofre aumento de casos de Covid-19. Na quinta-feira (20), as cidades de Bebedouro, Batatais e Franca decretaram lockdown até o fim de maio e primeira semana de junho.
Araraquara foi a primeira cidade brasileira a decretar lockdown e, com isso, reduziu número de mortes e de infecções por Covid-19. O município interrompeu por dez dias suas atividades econômicas presenciais, tornando-se modelo no combate à pandemia.
Ainda sem orientação nem política de enfrentamento à 3ª onda por parte do governo federal, prefeituras têm registrado aumento do número de casos de Coronavírus.
O Rio Grande do Sul, por exemplo, onde o Estado é dividido em 21 regiões de combate à Covid-19, tem oito em estado de alerta. O governo deu prazo para que os municípios de Palmeira das Missões, Uruguaiana e Santa Rosa apresentem ações de combate ao aumento do número de casos de Coronavírus, frente à iminente falta de vagas de internação em UTI.
Os informes de “Alerta” e “Aviso” incluem ainda a região de Erechim, Bagé e Caxias do Sul, Cachoeira do Sul, Cruz Alta, Ijuí, Passo Fundo e Santo Ângelo, que devem readaptar seus protocolos de atendimento. A ocupação de leitos no Estado está subindo gradualmente e encontra-se em 80%.
Cepa Indiana
O Brasil registrou, no dia 19, o primeiro caso de contaminação pela cepa indiana da Covid-19, a B.1.617. Um indiano de 54 anos foi diagnosticado com a variante ao dar entrada em hospital da rede particular de saúde em São Luís. Ele desembarcou na capital maranhense vindo da África do Sul e fazia parte da tripulação do navio Shandong da Zhi, que transportava minério de ferro para a Vale. Ao todo, seis tripulantes foram diagnosticados com a nova cepa indiana. Outras cem pessoas que tiveram contato com os estrangeiros contaminados estão sendo monitoradas.
Em meio à falta de diretrizes do Ministério da Saúde, do governo Bolsonaro, assim como foi com a variante P1 de Manaus, a cepa indiana pode ser um dos fatores de agravamento da 3ª onda da Covid-19 no Brasil.
Da Redação