Edinho Silva: ‘Segurança pública é direito do trabalhador’

Em entrevista ao jornal O Globo, presidente do PT defende discussão profunda sobre segurança pública, critica omissão do governador Cláudio Castro e se alinha a Lula em temas como petróleo e alianças políticas

Paulo Pinto/Agência Brasil

“O governo do presidente Lula tem feito o que nunca foi feito: enfrentar o crime organizado com inteligência, asfixiando a estrutura financeira do crime", afirma Edinho

O presidente nacional do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras (PT), Edinho Silva, afirmou que os partidos progressistas “erram ao não enfrentar o debate da segurança pública” e anunciou que o tema terá prioridade na formulação programática da legenda. Em entrevista publicada pelo jornal O Globo, Edinho destacou que o PT realizará, em dezembro, um seminário nacional sobre o tema, com a presença de governadores, secretários e especialistas.

“O governo do presidente Lula tem feito o que nunca foi feito: enfrentar o crime organizado com inteligência, asfixiando a estrutura financeira do crime. A segurança pública é um direito do trabalhador”, disse Edinho.

Defesa da PEC da Segurança

O presidente do PT rebateu as declarações do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, que afirmou estar “sozinho” no combate às organizações criminosas após a operação que resultou em 119 mortes. Para Edinho, as falas do governador foram omissas e politizaram um tema que deveria ser tratado de forma integrada.

“Omita todas as ajudas que o Rio de Janeiro pediu ao governo federal e que foram atendidas. Nunca foi negada ajuda ao Rio”, afirmou.

Ele cobrou de Castro apoiou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança , que fortalece as ações conjuntas dos entes federados.

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Política externa

Questionado sobre a política externa do governo, Edinho Silva defendeu a postura do presidente Lula em favor do diálogo internacional, inclusive na mediação de conflitos.

Sobre a relação com os Estados Unidos, mantiveram as críticas do presidente Donald Trump. “Quando o PT caracteriza o Trump como um líder fascista, é pela forma como ele persegue os imigrantes. Eu não mudo por esses aspectos.”

Em relação à Venezuela, o presidente do PT adotou divergências internas e foi contundente: “Sou crítico ao que aconteceu na Venezuela. Aquilo não condiz com o que defendemos. A democracia não pode ser banalizada.”

Petróleo e transição energética

Edinho Silva também comentou a decisão do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ​​(Ibama) de autorizar a Petrobras a perfurar um poço na Foz do Amazonas, equipado por Lula. “Não dá para um país com tantas desigualdades sociais abrir mão de uma fonte de riqueza como essa. Deveríamos propor usar esses recursos para financiar a transição energética”, defendeu.

Para ele, é possível compatibilizar o uso das reservas de petróleo com uma estratégia de longo prazo. “Até 2050, 50% da energia consumida no mundo ainda será derivada do petróleo. Temos que reduzir o consumo, mas não negar a realidade.”

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Lula e alianças

O presidente do PT avaliou que a liderança de Lula continua sendo a mais preparada para enfrentar o ambiente de polarização política e confirmou o apoio à sua candidatura em 2026.

“Temos lideranças com condições de disputar, mas a sociedade ainda vive um ambiente de confronto de projetos. Nesse sentido, uma liderança mais preparada é o presidente Lula.”

Na entrevista, Edinho Silva defendeu ainda a escolha do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Não vejo contradição. O presidente Lula tem valorizado as mulheres em vários espaços importantes. O Messias é um profissional preparado, com vivência no debate jurídico e papel fundamental na República.”

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Da Redação , com informações do O Globo

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