Elas por Elas: Encontro das Multiplicadoras fortalece candidaturas em 2024

Imersão de três dias dá início à preparação das companheiras que irão replicar os conhecimentos nos estados e municípios; desafio para 2024 é aumentar o número de prefeitas e vereadoras do PT

Comunicação SNMPT

Multiplicadoras reunidas: importante missão de apoiar candidaturas de mulheres nas eleições de 2024

Com o objetivo de ampliar o número de pré-candidatas do PT em 2024, foi realizado entre 27 e 29 de outubro, em Brasília, na sede do PT Nacional, o Curso de Formação para Multiplicadoras do Elas por Elas. A atividade faz parte da IV edição do programa que revolucionou a forma de organizar as mulheres petistas com foco nas disputas eleitorais. A fim de dar ampla divulgação sobre a atividade, a Secretaria Nacional de Mulheres fará uma série de matérias sobre cada um dos três dias.

A abertura política, na sexta-feira (27), contou com a participação de Anne Moura, secretária nacional de Mulheres; Gleisi Hoffmann, presidenta do PT; Gleide Andrade, secretária de Finanças; e Paulo Okamotto, presidente da Fundação Perseu Abramo (FPA).

Moura destacou que o encontro marcou o início de outra fase do projeto EpE: “Vamos conversar muito nesta imersão sobre dinâmica para superarmos os desafios que vamos enfrentar e estabelecer combinados para cumprir metas. Aqui está exatamente quem ajuda a fazer acontecer nosso projeto EpE. Estamos começando hoje mais uma etapa desta iniciativa, que está na quarta edição, e começou em 2018. Nesta caminhada aprendemos muito, erramos também, mas isso fez com que repensássemos a forma de fazer política. O PT foi o primeiro partido a fazer uma ação formativa como esta. E temos o desafio para 2024 de aumentar o número de prefeitas.”

A secretária nacional de Mulheres reforçou o caráter colaborativo do EpE: “Temos muitos exemplos de coisas que deram certo a partir das construções coletivas com a luta das mulheres. O projeto vem de forma coletiva, a SNMPT funciona em todos os estados, e com isso o projeto ganhou essa projeção. Isso que a gente tem construído no âmbito nacional e estadual resulta na crescente disputa das mulheres do PT e influenciou a forma de fazer política dentro da SNMPT. Sem as estaduais, não conseguiríamos ter o resultado que temos hoje. As companheiras que estão aqui  vão ajudar na ponta, discutir estratégias junto às estaduais. As multiplicadoras vêm para somar porque ter uma de vocês em cada estado nos ajuda muito.”

Maioria da população deve ser representada 

Gleisi Hoffmann fez um retrospecto desde que assumiu a presidência do partido. Segundo ela, com a criação do Elas por Elas foi possível organizar as mulheres, o que fez muita diferença nas campanhas. “Praticamente dobramos nossa bancada federal. Proporcionalmente, somos o maior número de mulheres da Câmara dos Deputados. Espero que em 2024 possamos ter muito mais mulheres nas Câmaras de Vereadores. Temos que estimular e incentivar as mulheres, afinal somos mais de 50% do eleitorado e da população, por isso precisamos estar representadas.”

Para a presidenta do PT, o resultado do ano que vem fará grande diferença para as eleições de 2026: “Essas eleições de 24 serão fundamentais porque vão preparar para as de 26. Ter prefeitas e prefeitos e vereadoras e vereadores é fundamental para fazer base no Congresso, com uma boa bancada. Eleger Lula foi fundamental, mas a extrema direita continua firme. Temos que preparar o time para fazer enfrentamento”. Ela destacou também que o campo conservador tem disputado o voto feminino, mas que essas mulheres negam os direitos das brasileiras. 

Durante a fala, Hoffmann reafirmou a importância de as pré-candidatas já começarem desde agora a estruturar a campanha, definindo quem vai disputar para majoritária ou proporcional. “Temos que saber orientar nossas companheiras para ter atenção ao nicho de atuação. É preciso saber identificar o público. Temos que ser maioria nas Câmaras de Vereadores.”

Parcerias para a formação 

De acordo com Anne Moura, a SNMPT firmou uma série de parcerias com foco no preparo das multiplicadoras. Por isso, ela ressaltou a rigidez no controle das participações das companheiras: “Seremos mais rígidas sobre o trabalho de cada estado. Aquilo que não for feito vamos pedir para trocar a multiplicadora. Convidei um pessoal muito bom para pensar novas ideias. Vamos ter outras parcerias com a FPA e a Base Lab, por exemplo. Este projeto não é quadrado, vocês podem sugerir ideias, é sempre bom haver troca”.

Convite para Conferência Eleitoral do PT 

Gleide Andrade, secretária nacional de Finanças, destacou a importância da realização do encontro. Para ela, é essencial o partido contar com muitas candidaturas femininas: “É muito importante disputar, sofremos muito com essa desigualdade, porque, de fato, a sociedade é muito desigual. A gente só vai conseguir chegar aonde a gente quer se tiver mais mulheres disputando, mais vereadoras e prefeitas”.

Andrade ainda destacou a realização da Conferência Eleitoral do PT, que vai ocorrer entre 8 e 9 de dezembro e contará com a parceria da FPA. “Quero convidar todas para organizar as pré-candidatas dos estados para estar aqui, com todas as candidaturas do PT. Vamos discutir temas importantes, como mobilidade urbana, acessibilidade, saúde e educação, para nos preparar para a disputa das eleições que acontecerão nas cidades. O evento terá um ato com o presidente Lula, além de haver oficinas e debates sobre os programas que o governo federal está entregando, falando do governo federal para os municípios, além de contar com muita coisa de comunicação sobre como montar campanha, da maior à menor cidade.”

Na sequência, Paulo Okamotto destacou a presença das mulheres petistas nos cursos de formação para novos dirigentes promovidos pela FPA. Para ele, as mulheres são construtoras do partido: “O que temos de militantes e professores que se resulta na formação. Esta é uma iniciativa fantástica. Temos que somar todos os públicos para formar nossa militância e realizar parcerias, possibilitar fazer isso acontecer de forma mais rápida. É preciso fortalecer o modo petista de ser”.

A Secretária Nacional de Formação do PT, a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), não pode estar presente na abertura, mas gravou uma mensagem para as multiplicadoras: “É através do Elas por Elas que nós fortalecemos a nossa presença como mulheres em cada lugar do Brasil, cada município, cada comunidade, até conquistarmos aqui, na Câmara dos Deputados, mais parlamentares para continuarmos sendo a maior bancada de mulheres entre todas as bancadas entre todos os partidos”.

Rosário lembrou que PT é o único partido com paridade de gênero em todas as direções. “Graças ao projeto, nós podemos sonhar e assegurar que a voz das mulheres seja ouvida em todos os lugares do Brasil. O Elas por Elas influencia, inclusive, as políticas públicas desenvolvidas. Nosso compromisso é com a igualdade, com a equidade, com a transformação. Obrigada por serem parte dessa transformação. Somos elas por elas.”

Primeiro painel  

Dando início ao primeiro painel, Michelle Ferreti, do Instituto Alziras, apresentou o tema “Mulheres na política – Apresentação de dados e os principais desafios da participação política de mulheres”.

A pesquisadora apresentou informações sobre a dinâmica da presença das mulheres nas Prefeituras e nas Câmaras de Vereadores. Segundo ela, carreiras políticas femininas são resultado de um processo constante de construção.

“Quase metade das mulheres que foram eleitas para Prefeituras já têm uma certa experiência na disputa do processo eleitoral. Dessas, 70% já ocuparam cargos de confiança. A maior parte delas como secretárias de Educação, Saúde e Assistência Social. Ou seja, aquela história de falar que mulher não tem experiência não cabe. Isso nos ensina que as carreiras políticas não surgem do nada, elas são construídas. Essas mulheres que se elegem têm experiência, têm acúmulo e sabem operar a máquina pública. Além disso, 77% das prefeitas têm ensino superior, ante 53% dos prefeitos. Isso evidencia que as mulheres se preocupam mais com a formação”, revelou. 

Sobre o tema violência política de gênero, a palestrante afirmou que quase 60% percebem que foram vítimas de violência pelo fato de serem mulheres: “Mas quando abrimos os dados, foi revelado que as mulheres mais velhas percebem menos quando são vítimas da prática.” Isso demonstra também que as mulheres mais novas têm mais percepção, o que demonstra uma desnaturalização da violência. 

Em seis das 26 capitais brasileiras, as mulheres foram as pessoas mais votadas para o Legislativo municipal. “Isso fala de demanda de representação. O eleitorado quer votar em mulheres, os partidos precisam ficar atentos a isso”, pontuou.

Marina Marcondes, da Redação do Elas por Elas

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